domingo, 29 de maio de 2011

Adeus ao que não é de Deus

Pleito, feito, jeito, peito, rejeito, bem-feito
Eu desatino, eu ativo, altivo
Ao homem o que é do homem
Caminho, ação e direção, verbo e substantivo
Eu caminho o Caminho, que é Pessoa e destino
A Deus o que é de Deus
Adeus ao que não é de Deus

Blazê, por que?, porque, pra que?, quem vê?
Eu desando, manco, amaldiçoo, difamo
Ao homem o que é do homem
Verdade, ver a bondade, que é o que fica
Eu sigo a Verdade, que é Pessoa e jornada
A Deus o que é de Deus
Adeus ao que não é de Deus

Dor, amor, humor, torpor, rancor, fedor
Eu tento, invento, ando ao sabor do vento
Ao homem o que é do homem
Vida, mais que respirar e enricar
Eu vivo a Vida, viva a Vida, vivas à Vida, que é Pessoa, princípio e troca
A Deus o que é de Deus
Adeus ao que não é de Deus

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Non ducor, duco

Non ducor, duco

Foi a igreja pensada, projetada, preparada, formada para cumprir outra agenda que não a de Deus? É o que parece.
Quando a igreja se envolve na agenda da sociedade em prejuízo da agenda de Deus, está incorrendo em ilegitimidade.
A igreja deve falar e ser acessível à sociedade, mas não submeter-se à sua agenda.
A democracia, o capitalismo, a globalização, o governo, a ciência pretendem ter esse poder: o de propor as suas agendas à igreja. O que se tem verificado é que eles têm logrado êxito nesse propósito.
Mas, presunção e prepotência à parte (muito à parte, porque não cabem em momento nenhum e sob qualquer forma), a igreja está aí “não para ser conduzida, mas para conduzir”.
Agora, por exemplo, estamos verificando essa batalha interminável a respeito da homofobia.
Oras... mas... um homossexual é mais culpável do que um deputado que desvia verbas da saúde pública e deixa idosos numa situação de total abandono? Um homossexual é mais culpável que um mentiroso? Um homossexual é mais culpável que alguém que rasga a bíblia e leva um irmão ao tribunal dos homens?
Aos olhos da bíblia, que é o que estabelece a agenda da igreja, só há uma resposta!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Nova reforma (?) I

Por que Jesus veio como judeu?

Existem centenas de respostas a essa pergunta. Muitas delas teologicamente corretas (o quanto pode ser correta uma teologia). Outras religiosamente apelativas. Outras ainda exegeticamente impecáveis.
Dou a minha: Para demonstrar que a instituição – com sua inexorável institucionalização - tem que ser mudada de dentro para fora.
Jesus não temia a instituição. Teme a instituição quem corre o risco de ser “escravizado” por ela. Não era o caso de Jesus, mesmo porque, instituição e institucionalização são coisas distintas. Institucionalização é quando a instituição (mero instrumento), e não Deus, domina o coração.
A institucionalização verificada hoje no meio da igreja tem que ser enfrentada, desafiada, denunciada, acusada. Parece-me que quem pode fazer isso é quem está inserido em seu contexto, como Jesus estava inserido no judaísmo e o revolucionou, se entendemos o cristianismo (o termo não me agrada, mas não encontro outro no momento) como uma extensão do judaísmo.
A instituição, boa ou má, só ouve quem está dentro. Não se tem notícia de que alguém de fora de uma determinada instituição tenha conseguido transformá-la significativamente.
Este é o desafio: ficar dentro, não deixar-se contaminar e contribuir para a evolução do meio onde se vive.
Dito de outra forma são três as possibilidades: sair e ficar falando sem muito sucesso concreto e efetivo, senão o da satisfação pessoal; ficar e contaminar-se rendendo-se ao meio, perdendo a força, caindo na vala comum (caso dos grandes cantores brasileiros que foram calados pelo dinheiro); ficar e não contaminar-se, tentando manter um vínculo em que se é, de uma forma ou de outra, ouvido.
Nesse sentido... não deveria dizer isso, é muito pouco ortodoxo, mas direi: acho que Martinho Lutero não devia ter saído da Igreja Católica, em que pese no que se transformou o movimento protestante, com essa maldita “teoria” humanista da prosperidade.
Oras! Para termos isso em que está se transformando o movimento nascido como protestante, melhor que não tivesse havido o rompimento. Ficasse lá. Foi o que Jesus fez.
Nasceu e morreu como rei dos judeus.
Esse é um ponto de vista puramente humano. Deus certamente tem outra opinião a respeito.
Dura coisa é ficar. Mas... eu acho que tem que ficar, até o fim, não há opção.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Unidade x Uniformidade

Uniformidade é do homem. Unidade é de Deus

Uniformidade é ter a mesma forma, isto é, uma forma única. É possível encontrá-la, por exemplo, no exército, com soldados uniformes, usando uniformes, comportando-se de uma única forma, cujo argumento persuasivo e coercitivo é a patente, ou o salário.

Não se pode dizer que há unidade em uma agremiação que se rege pela força da hierarquia ou do dinheiro.

Uniformidade não produz unidade que, por sua vez, não tem interesse na uniformidade.

Uniformidade é vício da instituição que persuade pelo poder de sua constituição.

Uniformidade demanda um esforço enorme para manter-se, mas tem fim, é frágil, terrena e humana.

A unidade, por sua vez, precede e excede a uniformidade, passando-lhe ao largo.

Unidade não acaba. Mesmo diante de diferenças.

Um exemplo que ilustra bem a unidade são os tijolos.

Os tijolos quando ainda no depósito, empilhados, têm a mesma forma, portanto, são uniformes. Mas eles estão unidos? Não. Só estarão unidos depois de aplicada a argamassa para a construção da parede da casa. Precisa haver algo entre eles para estarem unidos.

No entanto, o maior exemplo da unidade é o fruto do ventre. O filho, união (unidade) de duas partes, geneticamente, sempre será filho, ainda que deserdado, renegado ou esquecido, o filho sempre será filho dos pais, porque fruto da unidade de dois corpos em um.

Jesus, o Pai e o Espírito Santo têm unidade, mas não são uniformes. Eles são totalmente diferentes, mas totalmente unidos.

Parece-me melhor seguir o exemplo deles.