segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Dona Xepa gospel

Está em curso, na história da cristandade brasileira, uma inversão de valores como nunca antes verificada.
Se compararmos o anúncio do evangelho a uma feira em que se oferecem os melhores frutos, os mais frescos, bonitos, tenros, íntegros, limpos, consistentes e sem defeitos aos “consumidores” nas primeiras horas da feira e que, portanto, são as mais nobres, veremos que o negócio se inverteu.
Mais que se inverteu, se transformou. Sim, porque o que se verifica com os “produtos” oferecidos e com o ambiente presente nos redutos evangélicos é comparável ao clima de fim de feira com essa baderna e com a qualidade dos frutos oferecidos. Mais grave: esse clima se instalou durante todo o período da feira, não só no fim.
Verdadeiros feirantes com clientela “dona xepa” fidelizada são os tele-evangelistas. Mas, estes já estão sendo “sacados” e “consumidores” sérios já não caem mais em suas lorotas.
A última agora é essa história dos “astros” evangélicos se apresentarem na Rede Globo! Não importa mais a filosofia dessa que é uma das grandes adversárias do evangelho e que mais contribuiu para o esfacelamento das famílias brasileiras. Vale sim o alcance midiático da empresa e, lógico, o retorno financeiro que é no que todos estão de olho, desde a Som Livre (braço fonográfico da Globo) até os “astros” gospel.
E haja dona xepa gospel para consumir isso tudo que está sendo oferecido. 

sábado, 26 de novembro de 2011

A paz do Senhor?


Quando me “converti” (seja lá o que isso signifique) lá pelos idos dos 70, eu frequentava uma comunidade de jovens maravilhosa na qual nos cumprimentávamos com o indicador apontando para o céu e pronunciando a frase “Deus te ama”. Coisa linda, genuína, singela, verdadeira e marcante, e denunciante pois todos sabiam que pertencíamos àquela comunidade.
Depois, quando “passei” pra crente o cumprimento era a “paz do Senhor”, com algumas variações.
Hoje em dia muito raramente pronuncio essa frase, nada contra a frase, só não sou usuário de clichês vazios.
Pois bem, estávamos eu e a Rosana passando uns dias em Águas de Lindóia e na volta de nossa caminhada diária quando nos aproximávamos do hotel topamos com uma pessoa na direção contrária, dessas pessoas marcadas pelos apuros de um trabalho sob o sol escaldante, pois não é que essa figura tascou um “a paz do Senhor” para nós!
Nós nunca o víramos e certamente nunca mais o veremos, mas aquilo nos tocou pois ele deu “a paz do Senhor” para pessoas desconhecidas. Ele se arriscou, se atreveu a nos dar “a paz do Senhor” sem saber qual seria nossa reação, sem saber se éramos “crentes” e se retribuiríamos sua saudação.
Nos tocou pois nos pareceu ser exatamente o que o Filho da irmã Maria ensinou a fazer, isto é, oferecer a paz a todos, indiscriminadamente, não somente para os que professem a mesma fé.
Nos tocou a ousadia e coragem daquele moço.
Nos tocou a proximidade com o que consta no Testamento Sagrado.
Enfim, vivendo e aprendendo.
Então... “a paz do Senhor”, seja você “crente” ou não, seja lá o que isso signifique.    

sábado, 19 de novembro de 2011

Dos rótulos


A rotulação a que as pessoas expõem e se expõem demonstra pobreza de alma.
Essa necessidade de ser marcado (“eh, o o vida de gado, povo marcado eh, povo feliz”), identificado remete à origem tribal de todos nós. Não é intrinsicamente má, mas negativamente seletiva.
“Esse é meu grupo, essa é minha tribo”.
Em nome desse sentimento discrimina-se, opõe-se, rivaliza-se, compete-se, compara-se, destrói-se e, por fim, mata-se.
O apego à rotulação demonstra pequenez, em alguns casos, até sordidez d caráter.
É um sentimento revelador do quão pouco se sabe aonde vai e do quão pouco alguém vale por aquilo que é, senão por aquilo que representa, ou seja, alguém não tendo o menor poder de influência, empresta do grupo esse poder, ou quem a tem (a influência) amplifica-a por este.
Verdadeiros laboratórios de geração da rotulação são as denominações evangélicas. Elas são proficientes em gerar um sem número de rótulos. Para cada região, época, extrato social, nível intelectual há a marcação das pessoas e movimentos.
Pela rotulação pretende-se dar um sentimento de respeito à história, ao mesmo tempo que pretende-se demonstrar um sentimento de desapego a essa mesma história.
É tão forte que até os que não querem ser rotulados, rotulam-se dessa forma.
E você? Qual seu rótulo?  

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Whispering a prayer - sussurando uma oração


Meu filho Gustavo me indicou essa música. Ela chegou em um momento em que minha vida estava dando uma guinada. Já a ouvi seguramente umas 100 vezes.
E é o seguinte, vou dizer: quando os ET´s chegarem é só colocar o Steve Vai tocando que eles vão entender o que a gente quer dizer.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

I M P R E S S I O N A N T E


Impressiona a disparidade entre a atitude de católicos e evangélicos (seja lá o que essa palavra signifique) frente às vicissitudes da vida.
É preciso descobrir o por que disso.
Será que é porque aqueles têm os olhos mais voltados para o eterno e acabam se resignando quando passam por alguma dificuldade, sabendo que ela em breve acabará? Oras, a vida é breve!
Será que esses têm os olhos mais voltados para as coisas da terra e não aceitam, em hipótese nenhuma, passar por qualquer tipo de dificuldade.
Impressionante.
É só encontrar alguém em apuros de qualquer ordem, rico ou pobre, que os evangélicos já começam a destilar seus diagnósticos: “Hi! Fulano de tal está fora do plano de Deus, senão não estaria passando por essas agruras”. Seja uma dificuldade financeira, uma doença, uma tensão familiar, uma questão emocional, qualquer coisa é objeto para os evangélicos tecerem os mais vis chocantes comentários.
Com os católicos é diferente. Eles encaram os problemas de outra forma e bem por isso estão mais dispostos a ajudar quem está passando por alguma dificuldade, o que não ocorre com os evangélicos, pois se o raciocínio é que se alguém que está passando por dificuldade está fora dos planos de Deus, ele que se acerte com Deus para então ter suas questões resolvidas.
Impressionante!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ro de Liz III


Em comemoração à terceira década

Se você é, eu sou
Se você vai, eu vou
Se você quer, eu dou
Se falar, escuto
Se pensar, reflito
Se andar, vou junto
Se tropeçar, levanto
Se cansar, sustento
Se parar, descanso
Se caminhar, avanço
Se tocar, eu canto
Se ouvir, eu toco
Se chorar, eu sofro
Se sofrer, eu choro
Se machucar, assopro
Se temer, protejo
Se estressar, acalmo
Se duvidar, garanto
Se sorrir, desfruto
Se entregar, recebo (muito, totalmente)
Se mostrar, eu vejo
Se esconder, eu acho
Enfim... do seu lado, relaxo

Rumo a mais 30 anos