sexta-feira, 6 de julho de 2012

Anatomia de uma traição


A quem Judas traiu?
O que ele estaria demonstrando com aquele beijo maldito?
Oras! Quem ali não conhecia o Messias?
Do menor ao maior, do cego aos fariseus, das pessoas comuns aos poderosos. Todos sabiam quem era o Messias. Ele estava todos os dias no templo. Caminhava entre as pessoas entregando seus discursos e fazendo seus milagres.
Não! O beijo de Judas demonstrou muito mais e teve um sentido muito maior do que simplesmente indicar aos guardas quem era o Messias.
Chocante: o beijo de Judas demonstrou que o grupo de discípulos não estava fechado, que não havia unidade entre eles.
Isso sim foi o que o beijo de Judas demonstrou.
Essa demonstração de desagregação foi ao cerne da mensagem do Messias.
Os poderes político, religioso e espiritual, contrários à mensagem do Messias, saíram fortalecidos daquele momento e o beijo teve essa função: demonstrar que o Messias não conseguira congregar e estabelecer a unidade dos seus seguidores, realidade tão necessária à sua mensagem.
Esse sim foi o efeito de Satanás ter entrado no coração de Judas.
Quando a unidade dos seguidores de Jesus é posta à prova, e quando essa unidade sai maculada dessa prova, Satanás saiu vencedor.  
No confronto direto, Satanás perdeu e perdeu feio. Ele foi humilhado pelo Cordeiro que conseguiu reverter o poder da morte.
Sabedor disso, Satanás resolveu, então, enfrentar indiretamente o Messias, atacando os seus seguidores, enfraquecendo virtudes como a lealdade e fidelidade de uns para com os outros e à causa comum.
Foi o que fez Judas.
Ele não traiu Jesus, apenas. Ele traiu seus amigos e a causa à qual eles haviam sido chamados.
Cabe aos seguidores de Jesus reverterem essa história e imporem a Satanás outra vergonhosa derrota demonstrando que são leais e fiéis uns aos outros e à causa.
À guerra, pois!