quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Da unidade

O que nos une?
A uniformidade, bem como a unanimidade e a igualdade, podem ser, dependendo do caso e nem é imprescindível que ocorram, redundância da unidade, mas não são a unidade propriamente dita.
Há mesmo casos em que há uniformidade sem haver unidade. Por outro lado, há unanimidade quando bandidos formam quadrilha para fraudar aquilo que não é deles. A igualdade, por sua vez, nem bonita é.
Há aqueles que não conseguem enxergar que a unidade transcende a uniformidade, achando que só podem estar unidos aqueles que são iguais. Não!
Há aqueles que pensam que a unanimidade é a expressão maior da unidade. Não!
O que nos une, então?
Nos une aquilo que nos conecta. Quase um óbvio ululante.
Conexão, daí vem unidade.
Conexão que é o que tem a capacidade de ligar os diferentes.
E, o que tem essa capacidade quase divina?
A graça, um dos mais potentes conceitos da liberalidade de Deus, que foi reduzida como sendo a recepção de um favor imerecido, o que não deixa de ser, mas que é muito mais.
A graça, impagável e totalmente não manipulável, reflete e repercute o que vivem os Seres Divinos, diferentes entre si, no entanto, unidos da forma mais excelente.
Graça que une introvertidos e extrovertidos, ambos normais e com direito a serem como são.
Graça que estabelece o direito de cada um ser como é e nem por isso ser excluído da convivência tribal.
Graça que suporta as diferenças em que nível for e firma a unidade em todas as instâncias do viver.

Acho que é isso.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Papo de anjos

Quem é essa criaturinha que fomos destacados para vigiar? 
Oras! É o criador.
Como assim? Eu venho de muito longe e ainda não sei o que está acontecendo.
Tudo foi feito por meio dele.
Não! Mas... deitado nesse coxo!?
Pois é. O Magnânimo sabe o que faz.
Sim, mas... o que ele vai fazer?
Vai recriar a humanidade, a primeira versão não deu muito certo, os humanos acharam que podiam ser mais do que eram. O negócio ficou feio. Começaram a se matar, a se subjugar, a mandar um no outro, a dominar o outro, uns se achando melhores do que os outros, enfim, fugiram daquilo para o que foram criados.
Humm... e como vai ser?
Quando crescer ele irá falar as coisas que o Magnânimo quer que ele fale. Coisas verdadeiras como nunca ninguém falou, coisas boas mas duras de serem seguidas.
E os humanos irão aceitar?
Não.
E daí?
Daí que o negócio vai ficar feio. Irão matá-lo.
C o m o  a s s i m? E ele pode morrer?
Sim e não. Morre mas volta. Entendeu?
Não!
Você verá. Por enquanto nós temos que garantir que ele possa falar tudo o que tem para falar. O fato é que só uns poucos viverão na íntegra o que ele irá ensinar. É com esses poucos que ele reconstruirá o gênero humano.
E a oposição? É pesada?
Você não faz ideia. Tem um que saiu do nosso meio e que joga muito sujo, aliciando os humanos principalmente com riquezas materiais. Mas esse também será derrotado.
Bem, estou pronto aqui, eu e o meu exército.
Ok. Daqui a pouco Ele receberá algumas visitas pacíficas. Por hora é importante garantirmos que o rei não saiba onde ele está.
Ok. Considere feito.

Ok. 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Quem é o seu modelo?

Não é o seu modelo o Estevão, o diácono, nem o Hernandes.
Não é o seu modelo nenhum emir, nem nenhum Edir, muito menos o Macedo.
Não é o seu modelo o Ricardo, o grande, nem o Gondim.
Não é o seu modelo o Caio, não caia nesse engano de trocar o modelo.
Não é o seu modelo o Ed Rene, nem o Rene Terra Nova (áái, desculpe-me, mas eu tinha que citá-lo).
Não é o seu modelo o Asaph, nem o salmista, nem o Borba.
Não é o seu modelo o Ademar, ademais, nem o Thalles, tampouco o RR Soares.
Não é o seu modelo o Lutero, nem o Calvino.
Não é o seu modelo o José, nem o de Arimatéia, nem o do Egito.
Não é o seu modelo o Samuel, o profeta/sacerdote, nem o Ferreira.
Não é o seu modelo o Davi, nem o salmista, nem o guerreiro, nem o Miranda.
Não é o seu modelo o Daniel, nem o das covas, nem o das cortes.
Não é o seu modelo o João, o batista, nem o evangelista.
Não é o seu modelo o Paulo, nem o Oliveira, nem o de Tarso.
Não é o seu modelo o Pedro, nem o traidor covarde, nem o mártir.
Não é o seu modelo o Silas, o discípulo, nem o Malafaia.
Não é o seu modelo o Tiago, nem o Santiago, o Waldemiro.
Não é o seu modelo o Francisco, nem o papa, nem o de Assis (esse aqui poderia estar fora da lista).
Não é o seu modelo a Maria, nem a dos católicos, nem a da bíblia.
Não é o seu modelo a Sonia, nem a Valadão.
Não é o seu modelo Wesley, Finney, Spurgeon, Bonhoeffer, Lewis, Wilkerson, Manning, Tozer, Warren, Yancey, Nee, Cury, Lucado, Hagin.
Só há um modelo, por quem os sinos dobram.
A quem anjos e arcanjos se prostram.
A quem os grandes se submeterão.
A quem o tempo não afeta.
Ele: Um pobretão, um Galileu. E da Galileia pode vir alguma coisa boa? Pois é.
Esse mesmo que detonou a riqueza pela riqueza, cujo fim é o estômago, a acumulação insana, a exploração do outro, o amor ao dinheiro. Como os cristãos amam o dinheiro!? Estou perguntando e exclamando.
Às favas com esse negócio de enriquecimento, de prosperidade que não tem no outro o seu sentido de ser.
Então… o seu modelo é o Galileu.  

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Fé & Razão

Esse é dos grandes temas de todos os tempos, sendo as duas instituições, via de regra, entendidas antagonicamente.
Cristandade, especialmente na figura da Igreja Católica, e Ciência vêm discutindo vários temas há séculos, notadamente o que diz respeito à criação.
Contudo, mesmo no âmbito mais pessoal, ou mesmo grupal, as duas são colocadas em confronto, isto é, onde uma se faz presente a outra não pode estar.
Não penso assim, acho mesmo que elas são irmãs, quando as consideramos como ferramentas que podem nos aproximar do Altíssimo.
Elas não se opõem, tão somente atuam em campos diferentes.
O racional – tangível - não tem que descartar o espiritual – intangível. E vice-versa.
Há muito da razão na fé, como deve haver fé na razão. Elas não são inimigas.
As pessoas não devem dirigir-se somente por uma delas, ou seja, viver somente pela fé, sem nada de razão, ou somente pela razão sem nada de fé.
Acho que é isso.   


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

E a queda, hein?

O homem perdeu muito com a queda provocada pelo primeiro pecado, mas ganhou outras tantas, o que tem contribuído para o seu degenerado estado atual.  
Dentre essas tantas coisas que ele ganhou, gostaria de destacar uma que é deveras repugnante. Trata-se da ânsia por querer levar vantagem em tudo, por querer saber o que “eu levo nessa”, por querer barganhar.
Seria um pouco compreensível, não aceitável, quando verificado no meio corporativo, profissional, enfim, na sociedade de um modo geral, posto que alheios e alienados do livro sagrado, mas quando verificado nos meios religiosos, isso causa asco, causa espécie. Especialmente quando esse meio religioso se diz seguidor das palavras do Cristo.
Há uma vertente que trabalha muito esse comportamento conhecido como igrejas da prosperidade em que as pessoas são estimuladas a darem contribuições porque isso provocará uma resposta da parte do divino em seu favor .
Para ficar somente em dois exemplos de figuras religiosas com forte exposição midiática, um deles diz que “é otário quem dá ofertas sem querer nada em troca”, o outro que “quem investe na obra obriga Deus a lhe retribuir”. É o fim da picada.
A prosperidade até poderia caber e ser contextualizada nos ensinos evangélicos, desde que entendida como um meio, não como um fim, ou seja, a prosperidade não existe para alguém enriquecer, mas para esse alguém compartilhar.
Eu convivo com pelo menos duas pessoas que levaram esse entendimento ao extremo, bem por isso, ganharam muito dinheiro. Há alguns que Deus escolhe para esse fim.
No mais, muito cuidado com essa ânsia por querer ganhar dinheiro, por querer levar vantagem em tudo, até em sua experiência religiosa. Muito cuidado. Você não está fazendo isso da forma correta.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Ainda há

Ainda há, há sim, procurando acha.
Eu mesmo conheço uma comunidade de seguidores do Nazareno que quando um de seus membros, de recursos reduzidos, não podendo reformar sua casa, muito prejudicada pelas chuvas e águas de um ribeiro, essa comunidade se cotizou e pôs abaixo a casa dele para construir uma nova. Fraternidade pura.
Que quando uma vózinha precisou fazer uma urgente operação na vista, essa comunidade novamente se cotizou e levantou os recursos para a cirurgia.
Que quando um de seus irmãos de outra comunidade irmã em uma das regiões mais pobres do país (leia-se sertão do Piauí) não tendo como estudar, essa comunidade deu uma bolsa integral em universidade além de manter o jovem na cidade grande, com a ajuda de um empresário e de uma organização. Cidadania pura.
Que quando convocada, passa 24 horas orando em revezamento entre os seus membros. Espiritualidade pura. 
Uma comunidade empenhada com o campo missionário.
Uma comunidade que entre seus pregadores regulares, com destaque para as mulheres, faz os ouvintes se sentirem como se estivessem ouvindo o Próprio.
Uma comunidade que ainda tem aquele pastor “pastor”.
Uma comunidade que tem teólogos.
Uma comunidade que valoriza as famílias. As casas. 
Uma comunidade pequena mas relevante. Que luta com as finanças como qualquer outra. Que pode até crescer - muito, mas se for para perder essas características, tomara que não cresça - muito.
Uma comunidade eclética, mas que procura cuidar de todos no particular.
Uma comunidade em que as pessoas são valorizadas pelo que são e em que não precisa haver representação.      
Tem defeitos e imperfeições e limitações? Claro!
Mas ainda há comunidades sérias.

Procurando acha.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O ideal e o real

O ideal antagoniza a realidade. O que importa é o real, que é o que realmente existe.
O ideal são as projeções, os desejos, os sonhos, as proposições, as propostas, os anseios.
O real é o que é. Ponto.
Assim, qual a democracia reinante nessas paragens tupiniquins? A ideal, ou a real?
A resposta, se se pretende séria, tem que abranger todos os quadrantes da sociedade, pois não é democracia o que favorece somente uma ou algumas parcelas dela. Ou, pelo menos, não é a democracia real, mas a ideal.
A democracia ideal comporta xenofobia, neonazismo, segregação, discriminação, desigualdade, disputas, ataques, o anseio pelo poder, o uso do poder pelo poder, o abuso do poder.
A democracia ideal restringe-se ao voto, tido como exercício de cidadania, de direito, quase uma quimera de liberdade.

A democracia real... bem... a democracia real... humm...