sábado, 14 de fevereiro de 2015

Jesus Cristo

A aurora de uma nova quimera, perceptível e exequível.
O arrebatamento do mais espetacular solo de guitarra.
A docílima harmonia que penetra o mais profundo recôndito do consciente.
A inaudita voz que alcança o mais profundo inconsciente.
A inspiração das mais belas sinfonias, por exemplo, a quinta e a nona de Beethoven.  
A soma do mais belo com o mais sublime.
A não resposta. Ele não é reposta de nada para coisa nenhuma. Não o reduza a uma resposta. Ele é o absolutamente absoluto.
A adrenalina mais potente, tão imprescindível à vida.
O descanso das lidas vividas, diárias, sofridas, malditas, injustas.
O consolo para o incompreensível, irremediável, incontornável, por exemplo, a desgraçada morte.
A poesia do poeta.
A escultura do escultor, vide a Pietá.
A pintura do pintor, vide a Capela Sistina.
A aceitação na sua mais pura expressão.
Altruísmo na sua forma mais cristalina.
Dedicação e entrega sem reservas. Nada em troca. Quem poderia lhe dar alguma coisa? O que ele não tem? Sua vida? Não, sua vida não é sua, não a usurpe.
O encontro do ideal com o real.
A tangência do divino com o humano.
Se côncavo para uns, convexo para outros.
Nome e sobrenome da existência, pois que ele próprio, seu pincel e autor.

Um andarilho

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

As coisas como elas são

A democracia sucumbiu ao caos, no caso, a democracia representativa, em que se elege representantes.
Há, contudo, alguns fatores a serem considerados.
A democracia não tem que ser administrada pela classe política. Uma coisa é a democracia, outra coisa a classe política, mas já de um bom tempo para cá, a classe política apoderou-se do controle da democracia, especialmente nos países em que a democracia é representativa, caso do Brasil.
Concomitante a esse domínio surgiu um ingrediente novo que foi a monetarização da política, ou seja, só é bem sucedido no meio quem tem uma eficiente fonte de financiamento de campanha.
Notícias dão conta de que o partido que governa o país teve um aporte fenomenal de recursos advindos de fontes obscuras, o que provocou seu sucesso, com o agravante de que agora o condena.
Esse mesmo partido inaugurou, ainda, uma nova forma de administração que consiste de fazer políticas de partido. O que antes era política de estado, que beneficiava toda a população e que transcendia o mandato em questão, redundou em política de governo, que procura beneficiar a população mas tendo em vista o sucesso do governante vigente. O malfadado partido em questão deu início às políticas de partido, em que se procura beneficiar a população mas sempre em função do partido.  
É um assunto chato e que poucas pessoas gostam de tratar, mas você, meu caro eleitor democrata, deve repensar sua postura diante do quadro geral que se abateu sobre a nação.
A promoção da democracia não tem que ser tarefa da classe política. Enquanto for assim, a situação não mudará.
A classe política não é a guardiã da democracia e nem é o seu principal agente.
Democracia não consiste de votar, tão somente. Aliás, o processo eleitoral no país está totalmente viciado e comprometido.
Por outro lado, não é com manifestações pontuais que se mudará a situação.
Mudar esse país passa pelo seu protagonismo, pela sua atuação concreta. Menos que isso, o que virá pela frente será mais do mesmo do que temos visto.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Ao Único

Quem há que se Lhe assemelhe em graça, em amor?
Quem há que se Lhe assemelhe em majestade, em resplendor?
Quem há que se Lhe assemelhe em soberania, em estupefação – um quase estupor?
Quem há que se Lhe assemelhe em companhia, em cumplicidade, em aceitação, em proximidade?
Aquele a quem recorrem os abandonados, ainda que acompanhados.
Aquele a quem recorrem as mulheres mal tratadas, ainda que “bem” casadas.
Aquele a quem recorrem os cansados, decepcionados, sendo por Ele levantados.
Aquele a quem recorrem as deprimidas pelas lidas da vida, e, via de regra, incompreendidas.
Aquele a quem recorrem os apavorados, sem saber o que o futuro lhes reserva, tampouco aos seus.
Aquele a quem recorrem os pobres, povo de sua especial predileção.
Aquele a quem recorrem os ricos, na ânsia de aprenderem a viver.
Aquele a quem recorrem os velhos e os negros, na certeza de não serem discriminados.
Aquele a quem recorrem os jovens e os não negros, na certeza de serem ensinados.
Não!!! Não há dois. Há Um, expresso em Três. 

Ornitorrinco Madiba