sexta-feira, 22 de maio de 2015

O caipira é que é bom

Estava dando a minha volta de bicicleta lá pelas 20:00h e cruzei com uma figura que me cumprimentou com a cabeça. Retornei e o provoquei ao que ele reagiu prontamente como se fosse um velho amigo. Fiz nova volta e ele se despediu me mandando ir com Deus, todo alegre. Ele estava indo para o trabalho, certamente algum segurança de algum condomínio.
Diga lá. O que é mais belo do que as pessoas simples? Diga lá. Dessas pessoas despretensiosas, desprovidas dos sentimentos mais abjetos e desprezíveis.
Não sei quem aqui já conviveu com um caipira desses das cidadezinhas do interior. Eles parecem uns ET’s. A sensação que se tem é que parece que as consequências do pecado original não chegaram ali.
Eu mesmo tenho uma cabeça complicada. Diz a lenda que nasci com 10 meses. De fato tenho um rebaixo no topo de minha cabeça, talvez porque tenha passado do tempo.
Pois bem, daria tudo para ter uma cabeça mais simples. Sem crise existencial, mas parece que essa gente é mais feliz. Sei lá.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Glória líquida

De repente, não é que escorrem algumas porções de um líquido carmesim de um corpo desfigurado a quem se virava a cara tamanho o aspecto assustador daquela figura insignificante e impotente, incapaz sequer de arregimentar alguns seguidores, pois que abandonado e só no seu momento mais avassaladoramente doloroso.
Não é de hoje que as instituições, de que matiz for, abandona seus soldados feridos no caminho, só não verificável entre os sem teto e que compartilham os goles de água ardente, pois que ali impera uma surpreendente cumplicidade.
Pois com esse líquido carmesim, originário de um organismo divinamente formado, o divino defenestrou os poderes estabelecidos no planeta, poderes de força descomunal, portentosa, assombrosa, extraordinária. Poderes instalados nas instâncias do domínio, na ânsia do controle sobre o outro, na usurpação da autoridade em que as pessoas se revestem desse título fazendo-se passar como ‘a autoridade’, quando isso não é um título, senão uma delegação.
Não há autoridades!!! Há aqueles que dependendo do caso são autorizados a falar um nome de um superior.
Não há autoridades!!! Não há que haver essa personalização da pessoa com o título.
Não há autoridades!!! Como não há que haver anarquia.
Pois o líquido carmesim veio para corrigir essa distorção das relações humanas, assim como veio destronar os poderes que dominavam essas relações.
Com um líquido o divino desbaratou poderes dos quais desconhecemos seu total  alcance e influência. Essas hostes de potestades de tronos e dominações foram surpreendidas de forma absolutamente impensável. Estavam armados com as armas as mais poderosas e tiveram que lidar com um líquido carmesim?!?!
Pois, com esse líquido o divino corrigiu o comando vital imposto sobre a raça humana e que lhe tirava a capacidade de viver além dos seus dias nessa terra.
O líquido fala alto: não! A vida não acaba aqui!  

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Da puerícia

Puerícia é tudo o que é relativo às crianças.
Pois é. Temos no Brasil o império de agentes pueris. Seja em que área for. No governamental, no empresarial, no acadêmico, no artístico, no religioso, então, se fale!
Não valorizar os professores, oras, coisa de criança que não sabe o valor que eles têm. Só uma criança não sabe o valor de um professor, não restrito ao governador do Paraná.
Desdizer-se e ficar sem saber o que fazer à frente de um governo, oras, coisa de criança, não restrito à Dilma.
Pegar dinheiro que não é seu, oras, coisa de criança, não restrito aos bandidos do mensalão e da lava jato da Petrobras.
Corromper jovens e aliciá-los ao tráfico, oras, coisa de criança, de gente que age na surdina e tem medo e vergonha daquilo que faz, não restrito aos traficantes das favelas.
Querer enriquecer, à exaustão, e não compartilhar, oras, coisa de criança que tem medo de ficar sem dinheiro para comprar a sua bala, a de chupar e a de matar para defender-se.
Anseio por poder, por ter a autoridade reconhecida, oras, coisa de criança, de gente que certamente sofreu algum tipo de agravo e agora quer vingar-se. Muito típico de religiosos, mas não restrito a eles.
Essa gana tresloucada pelas luzes da ribalta, pelo brilho, oras, coisa de criança, de gente rasa que não tem mais que oferecer senão alguns instantes de entretenimento, não restrito aos “astros” globais e nem aos “gospeis” (argh!).    
Trabalhar dois ou três dias por semana, ganhar bem e não corresponder à sua responsabilidade, oras, coisa de criança, de gente que não tem noção e que cujo ajuntamento é uma verdadeira briga de egos. 
“Oras”, dirão alguns, “mas essa gente não tem nada de criança, são adultos, muitos deles com diploma universitário”!
Cresceram sim, estudaram, ganharam dinheiro, poder, fama, influência, mas têm mente de criança.
Somos governados e dirigidos por crianças, crianças medrosas que querem garantir os seus próprios futuros. Crianças que não sabem priorizar, que não sabem comunicar, que não sabem dividir, que não sabem compartilhar.

Definitivamente, esse não é um país sério.