quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Pra não dizer que não falei de rosas


Uma rosa estava maravilhosamente exposta em seu habitat natural, exalando seu mais delicioso perfume e exibindo sua exuberante, magistral e inigualável boniteza.
Em dado momento ela é retirada dali e transportada para uma convenção das rosas quando, súbito, ela cai na estrada, ficando só e isolada, à merce dos maus tratos de alguns transeuntes e aos ataques de algumas aves que a ferem impiedosamente, quase ao extremo da sua existência.
No retorno da convenção das rosas, passa por ali um técnico em agronomia que vê de longe aquela imagem. Indignado, da janela de sua pick up, ele tira uma foto para compartilhar nas redes sociais e segue seu caminho, pensando em retornar para seu adorável lar.
Em seguida passa por ali, em direção à convenção das rosas, um engenheiro agrônomo em sua possante e moderna pick up 4x4. Limpíssima, reluzente e com vários objetos banhados a ouro. Ele para, olha, desce do carro, e, à distância, também tira uma foto, consigo na frente, tipo uma selfie, aproxima-se mais um pouco, não muito, porque a flor já cheirava mal. De longe mesmo ele ergue as mãos e faz como se estivesse mandando alguma energia para a flor, profere algumas palavras de ordem, mas a flor não reaje. Do alto do seu exoterismo ele intensifica seus gestos, levantando e abaixando as mãos e aumentando o volume de suas imprecações. Mas a flor não reaje. Assim, também indignado, ele retorna para sua pick up e segue em direção à convenção das rosas, onde dará testemunho de que tentara ajudar uma rosa morimbunda no trajeto, mas que ela não aceitara sua ajuda.
Na sequência passa por ali um jardineiro, amante das flores, todas elas, mas que não fora convidado para a conveção das rosas. Os convencionais não gostavam dele e dos seus métodos de tratamento das flores. Ele para sua caminhonete toda suja de barro e com vários amassados das suas lidas nos jardins e campos de plantações. Ele desce, se aproxima daquele ser e com todo cuidado e carinho a pega em suas mãos, conduzindo-a para o seu carro. Lá em tem alguns produtos que por certo estancariam aquele processo mortal em curso naquela flor. O jardineiro com suas próprias mãos vai derramando aqueles produtos na flor que estava em seu colo. Aos poucos ela começa a reagir. Ele tinha certeza que isso aconteceria. Seguro de que a situação estava sob controle, ele conduz a flor para uma floricultura que conhecia e diz expressamente que o que precisasse ser feito para salvar aquela flor eles deveriam fazer. Ele deixa seu cartão de crédito com a senha e com limite aberto, para que aquela flor fosse atendida, e segue seu caminho em busca de outras flores morimbundas.
Assim, a flor retornou à vida.
Qualquer semelhança não é mera coincidência.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Do direito à fidelidade

Apresento aqui um ponto de vista a respeito da fidelidade que talvez seja novo para alguns. Espero contribuir.
Direito à fidelidade? Oras! Mas eu não tenho o ‘dever’ de ser fiel?
Sim e não. Depende de como se olha a fidelidade.
Tenho que a fidelidade é um bem, uma virtude divina, logo, eu tenho ‘direito’ à fidelidade. Algo como a vida, que é um bem divino, assim, eu tenho direito à vida, ou ainda a felicidade. Eu tenho ‘direito’ à felicidade, o que é diferente de se ter a ‘obrigação’ de ser feliz, como é muito comum hoje em dia.
A fidelidade é um bem e traz coisas boas, só boas, mesmo quando uma segunda parte em questão não siga os mesmos princípios, valendo o outro princípio de que cada um responderá por si.
A fidelidade é um pressuposto indispensável nas relações humanas, ou seja, entre eleitos e eleitores, ovelhas e pastores, empregados e empregadores, entre pais e filhos e, sobretudo, entre os cônjuges.
Encarar a fidelidade como uma obrigação, um dever, traz consigo aquela força destrutiva do pecado original em que a espécie humana se rebela contra tudo o que lhe é imposto, nascendo daí a corrupção, o suborno, a malversação, pois não se é fiel aos princípios recebidos desde a infância, ainda que de maneira parcial. Não se é nem mesmo fiel à lei da consciência colocada indistintamente por Deus em todos os seres humanos, prevalecendo o prazer em corromper.
Direitos trazem privilégios, pressupõem, por si, vantagens lícitas, e são capazes de criar pessoas melhores e que conseguem se portar adequadamente em cada situação que se lhe apresente sem jamais prejudicar ostensiva e conscientemente o outro.
O direito à fidelidade está posto. Há forças deveras poderosas que fazem de tudo para as pessoas não desfrutarem desse direito, pois não lhes interessa.

Acho!