terça-feira, 15 de novembro de 2016

Teologia de calçada 5 - Da visita e do convidado

Fico imaginando o que diria minha esposa se no domingo eu chegasse na minha casa e lhe dissesse que vim visitá-la! Ou, o que diria eu se nos encontrássemos na padaria pela manhã e ela me convidasse para ir à casa dela!
Oras! Convidados vêm e vão. Pessoas estranhas ou alheias a um determinado ambiente dispõem-se a visitar aquele lugar. Nada de errado. Nada contra.
Assim, fico aqui pensando com meus botões sobre o que pensa Deus quando as pessoas oram a Ele e pedem que Ele ‘visite’ o grupo ao qual pertencem!
Fico ainda pensando o que significa, onde querem chegar os oradores quando estimulam as pessoas a ‘convidarem’ Deus a estar onde elas estão!
Se é verdade que a igreja (não o templo físico) é a casa de Deus, me parece que seja verdade, então, que Deus resida ali. Sendo verdade, por extensão, que se há visita ou convidado isso cabe à parte humana da relação. Cabe a essa parte sim a decisão de habitar, permanentemente, essa casa, em que pese o fato de que Deus está sempre ali.
Ou seja, se alguém visita alguém, a parte que visita é a humanidade, não Deus. Que a humanidade deixe de ser visita e passe a ser habitante desse lugar (que não é lugar físico), experiência essa somente possível quando se alcança a verdade de que, na verdade, Deus habita o homem.
A parte prática aqui é que a vida com Deus não se dá em algum lugar ou horário específico. A vida com Deus consiste de ter Deus habitando dentro de si, o que me faz, extraordinariamente, habitar Nele, ou habitar Ele.