terça-feira, 7 de agosto de 2018

O UM

O um não existe, o Um é.
Tudo depende do um. No um tudo se completa, tudo se harmoniza, tudo se concretiza, tudo se finaliza.
O que é o dois senão o um mais um? E o três, senão o um mais um mais um?
Um espermatozóide penetrou um óvulo e formou no recôndito mais sagrado da vida humana um novo ser, único, eternamente único e assim o Um o trata. 
O Um não trata ninguém de baciada, ninguém de forma igual, com clichês padronizados. 
O Um trata cada um como cada um.
A mais sublime e excelsa jornada humana é ser um com o Um, como queria o Filho.
O Um é indivisível. Antes dele é o nada, depois… mera repetição.
O Um é totalitário. O Um fala do todo, da completude, de unidade, de unicidade. 
O Um aponta para o primeiro e para o último, para o alfa e o ômega, para o princípio e o fim.
Se assim é, não dê partes para o Um, ele não aceita. Não lhe dê o primeiro lugar, ficando com o segundo e o terceiro.
Não lhe dê o dízimo, esse professor de infantis na fé, se você vai ficar com a outra parte para gastar como quiser. 
O Um é, o Um fala, te atrai, te perdoa, te transforma.
O Um te acolhe como você está, mas não aceita o que você é. Ele vai te transformar, tão certo como o ar que respiramos.
O Um é a quintessência da formosura, da beleza, da leveza. 
O Um te liberta do que é material, essa cadeia infernal. 
O Um te liberta da vaidade do brilho desse mundo.

O Um é o que há, é o que é.