segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Que país é esse?

O país não está dividido. Ele está fracionado. Esmigalhado. Esfacelado.
Parece que há dois países dentro de uma mesma nação.
Não sei bem como o brasileiro ganhou fama de que é pacífico. Só não se foi às vias de fato porque as pessoas não estavam juntas umas das outras.
Mito? Que mito? Só se for um parmito (corruptela da palavra palmito). Quem explica é o próprio.
Nem de longe está começada a reconstrução do país. Só se trocaram as peças, sempre mais do mesmo, para uma nova aposta. A estrutura de poder em que se privilegia uns em detrimento de outros continua a mesma. E não mudará.
Se há um mito aqui, há um deus ali. O que não leva a nada. Mitos e deuses caem, foram feitos para caírem.
O tripudiar sobre o outro, seja quem e de que lado for, só demonstra o quão longínquo se está de se superar a infância democrática. Pueris, isso é o que são.
Por outro lado, a torcida para que esse ou aquele não dê certo, é tão juvenil quanto, e execrável, só para se ter o prazer de apontar o dedo.
Vale mais o orgasmo ideológico da sensação da vitória do que o respeito pela pessoa do outro, seja ele quem for.
Que falta faz uma madre de Calcutá, um mahatma para ensinar preceitos os mais elementares. Sim, porque, ao Mestre já se demonstrou que não querem ouvir.     
É de lascar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Do professor

Difícil definir um professor. Duas vezes difícil agradecer-lhe. Sempre se ficará no débito. É dessas contas que se leva para o caixão.
Ao menos, pode-se reconhecer-lhe a grandeza, a galhardia, a magnanimidade.
Recebam!!!
O professor é aquele que vai ao bambuzal seguido de seu discípulo, o faz escolher uma vara, pegam uma linha, amarrando uma ponta na vara. A outra usam para amarrar um anzol. Cavam um buraco, arrancam umas minhocas e vão, felizes e faceiros, ao “mundo” a proverem-se de coisas.
O professor é aquele capaz de fazer quem está atrás, ficar ao seu lado, que, à frente, seu discípulo nunca estará.
Tenho uma filha professora. A outra a tornar-se em.
Tenho um irmão professor, primos professores, amigos professores.
Orgulho inominável deles.
Que os olhos do Magnânimo estejam sobre vocês o tempo todo, consolando nos momentos de solidão, fortalecendo nos momentos de confrontação (que nunca deveriam existir), animando nos momentos de desalento, provendo nos momentos de escassez, enfim, retribuindo dignamente por tão bela e imprescindível escolha.
Vocês são lindos!!!
Que não se reduza a educação à categoria de uma solução para os problemas. Não. Ela é mais que isso. Bem mais. Ela é fundamento, é alicerce sobre o qual se constrói uma nação, sem o que o que se tem é um ajuntamento de pessoas sem rumo e direção a debaterem-se insanamente em ideologias vãs e vazias para ver quem prevalece sobre quem.
A educação é mais que uma ideologia.
Vocês são lindos!!!
Beijo enorme em seus corações.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Autoridade & poder - uma confusão dos infernos

Esse negócio de reivindicar autoridade/poder sobre o outro na pessoa física é coisa do capeta, embora o capeta não fosse uma pessoa física, mas entidade espiritual, o que não invalida o argumento.No encontro com o Santo lá no monte, o capeta disse que essas atribuições tinham sido entregues a ele. Mentira. O Santo o desmentiu, já no fim do seu ministério, dizendo que a Ele, ao Santo, a autoridade (poder) havia sido entregue, fazendo do capeta um mentiroso.Aí a democracia estabelece que a autoridade máxima de uma nação é o presidente. Outra mentira, mas, essa, de acordo com o princípio democrático que diz que “todo poder emana do povo e sem seu nome será exercido”, ou seja, a democracia diz que Deus não cabe aqui, ou, quando tanto, como uma figura mitológica e genérica, que não tem a ver com o Pai de Jesus Cristo. E tá bão para os cristãos!!!Um dos trechos de mais difícil compreensão da bíblia é Rm 13,1-4, onde o coitado do apóstolo, o mesmo que escreveu coisas lindas e boas a respeito de Deus, arrisca-se a dizer que “toda a autoridade foi instituída por Deus”, e agora as pessoas se apegam a essa declaração para validarem o desejo de dominar sobre os outros.O apóstolo não errou! O contexto ali é de poder/autoridade policial.Oras!!! Quem traz a espada, de acordo com o contexto, senão o poder policial?Mas em termos de domínio sobre o outro, de poder e autoridade, esses foram entregues ao Santo.O mais próximo que alguém pode chegar sobre “ser” autoridade sobre o outro está na relação de pai e filho, que, se não for estabelecida pelo exemplo e pelo amor até, sei lá, os dez anos, esquece, não será mais. Não será na base da intimidação, do comando que o pai exercerá essa “pretensa” autoridade sobre seu filho. Fora desse contexto paternal, e até a entrada da adolescência, essa relação de poder/autoridade, como vista hoje, é coisa de gente sedenta de poder e que quer se colocar no lugar de Deus, ele sim a autoridade, e de Seu Filho, a quem Deus deu a autoridade. Não me consta que o Filho tenha repassado para alguém essa autoridade. No máximo ele autoriza esse ou aquele a falar e agir em seu nome (sabe-se lá a que custo), por um tempo e em condições limitadas no espaço e no tempo. Ponto.