sexta-feira, 31 de julho de 2020

Amores

Eu tenho uma netinha.
Ela é muito lindinha.
“Se essa rua, se essa rua fosse minha,
eu mandava, eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
só pra ver, só pra ver ela passar”.
Ela toma leite na tigela.
Hein!
É. Ela é muito gatinha.
Tão gatinha que até os olhos são engatiados (é como o sertanejo raiz chama quem tem olhos claros).
A mãe, as tias e as avós são verdadeiras tigresas.
E tigresa toma leite na tigela?
Não sei.
Tenho um gatão também. Nascido 12 anos antes em outra manjedoura.
Ferinha, lindão e de mente brilhante.
Acho que vai me passar no tamanho.
Esse menino falou algo que nem de longe o maior teólogo/exegeta/erudito ousou sequer conceber.
Disse ele que o “livra-nos do mal” (do Pai Nosso) seria nós pedindo ao Pai para que ficássemos livres de fazer o mal ao outro. Uma epifania no seu estado mais latente, genuíno e stricto sensu.
Há também uns leões: o pai, dois tios e um avô.
O outro avô é um mastodonte, uma besta fera.
Nem tente nada.