sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Deus é - III

Deus é amor. Clássico
Deus é enquadrável. Teológico
Deus é controlável. Científico
Deus é perscrutável. Esotérico
Deus é tirano. Ateístico
Deus é frágil. Satânico
Deus é alegria. Romântico
Deus é esperança. Nostálgico
Deus é dispensável. Democrático
Deus é onipotente. Pernóstico
Deus é menos. Humanístico
Deus é incapaz. Idiótico
Deus é igualável. Presunçoso
Deus é revanchista. Odioso
Deus é meu. Obtuso
Deus é mais. Moderno
Deus é tudo em todos. Pós-moderno
Deus é utopia. Luciferiano
Deus é líder. Segundas e terceiras intenções
Deus é chefe. Escusas pretensões
Deus é o “cara lá de cima”. Pueril
Deus é carente. Narcisista
Deus é pai. Familiar
Deus é paz. Inquietude
Deus é sábio. Sábio
Deus é bom. Sempre
Deus é eterno. Desde sempre
Deus é. Absoluto

domingo, 17 de outubro de 2010

Malditamento

Passional total
Maldita cruz, que ousadia acolher o Santo, nu, em seus braços
Ele não tinha mesmo onde reclinar a cabeça, mas, não era em ti que Ele queria deitar-se
Maldita cruz, que descalabro dar firmeza aos cravos que Lhe atravessaram as mãos e pés
Quem você pensa que é?
Maldita cruz que encerrou a mais bela jornada de um Homem
Dando ensejo a outros escarnecerem Dele
Maldita cruz que interpôs-se na história
E executou o mais vil e injusto julgamento
Maldita cruz que expôs a fragilidade do Carpinteiro
Expondo-o à ignomínia da rendição sem apelação
Mas... não tem nada não
O Magnânimo, o que “usa” reis e poderosos, o micro e o macro cosmos
Também usou a ti, sua tola
Você foi a tranca que foi aberta, o portão que ficou sem ferrolho
Você foi o fim do “dente por dente, olho por olho”
Você quis matar, mas Ele não morreu
Você quis encerrar, mas Ele não cedeu
Você quis “enterrar”, mas Ele reviveu
Bem verdade que você, por um momento, prevaleceu impondo a morte àquele corpo
Mas, mais verdade é que aquele corpo prevaleceu de ti
Olhe pra você, onde você está?
Onde está o seu fazedor?
Agora, olhe para Aquele que esteve em seus braços
Olhe e morra de inveja

sábado, 9 de outubro de 2010

Mundo desmundo

Mundo caótico
Poder despótico
Opção pelo ilógico
Quem nos livrará?
Valoração do material
Endeusamento do vil metal
Relacionamentos tipo infernal
Quem nos livrará?
Medos e fobias
Traumas e manias
Democracias e tiranias
Quem nos livrará?
Mundo caolho
Tranca e ferrolho
“Macarrão sem molho”
Quem nos livrará?
Acepção e assepsia
Indolência e letargia
Indiferença e apatia
Quem nos livrará?
Mundo desmundo
Mundo imundo
Mundo mudo, e cego, e surdo
Quem nos livrará?
Há Um que pode ajudar
Mais, pode mesmo conduzir
É só olhar, ou seria... escutar?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A pajelança da democracia

O voto é “vendido” como o instrumento que determinará o destino daqueles que o usam.
Puxa! Legal isso! Então o voto – um gesto de alguns minutos - determina um destino!
Pra mim, esse negócio de votação parece mais com torcida de time. Joga-se o voto lá e fica-se na torcida pra ver se o candidato ganha. Se ganha, tem-se uma sensação de prazer, quase um orgasmo. Se não, logo se esquece e volta-se à vida, deixando para pensar no candidato somente na próxima eleição.
E a democracia? Haja demanda de fé. É mais ou menos como o ateísmo, ou seja, é preciso muita fé nas suas postulações para ser um ateu.
Com a democracia é assim também, é preciso muita fé para acreditar nos seus princípios. Fé que não deveria sobrar de quem se dispõe a crer em Deus, entretanto, há aqueles que acham que podem tirar um pouquinho da fé em Deus para colocar na democracia.
Vai de cada um.
De minha parte, eu acho que tenho algum defeito de fabricação. Eu não consigo extrair um pouquinho da minha fé para crer na democracia.
Eu gostaria de incensar a democracia como vejo tantas pessoas fazê-lo. Ou como se diz: celebrar a festa da democracia.
Mas aí eu olho para o Nazareno e vejo que ele não fez nenhuma menção à democracia, mesmo tendo ela já algo em torno de 500 anos quando ele esteve aqui conosco.
Então, vou seguindo aqui com minha débil fé nele mesmo e quem sabe um dia eu possa colher os frutos dessa fé. Se não acontecer, tomara seja eu colhido por ela.

domingo, 3 de outubro de 2010

Mt 24:12 – Uma releitura

O fim do mundo será precedido pela incapacidade das pessoas em indignarem-se.
Choca percebermos o quanto já não nos indignamos. Quando muito nos indignamos até a página 2.
Ou então manifestamos essa indignação em alguns posts, alguns e-mails, alguns comentários em alguns sites, ou no trabalho na hora do café, ou na igreja no fim do culto, ou ao telefone.
A fome já não choca.
A falta de saneamento já não choca.
A alfabetização funcional (quando só se sabe ler e escrever o nome) já não choca.
A deterioração da saúde pública já não choca.
A violência contra as mulheres já não choca.
A dependência química já não choca.
A prostituição infantil e adulta já não choca.
A corrupção já não choca.
A falta de engajamento da “igreja” já não choca.
A superficialidade/materialidade das pregações já não choca.
A riqueza no meio da “igreja” já não choca.
O incomum tornou-se comum. O anormal, normal. A aberração transformou-se em costume. O trágico em cômico.
Já não somos mais alcançados pela deterioração das relações humanas.
Parece que estamos acima dessas coisas, ou que elas não nos dizem respeito.
É... Pilatos fez escola.