sexta-feira, 27 de março de 2020

O deus que pesa a mão

Desconheço.
Convivendo em alguns meios, por vezes eu ouvia: “Olha, deus vai pesar a mão, viu?”.
Como assim?
O que isso significa?
Parece que significa que de alguma forma deus vai dar o troco, vai revidar, vai de alguma forma punir esse ou aquele que não o esteja agradando. Sei lá, alguma coisa por aí.
Esse seria um deus irascível, ou seja, um deus que se deixa irar, que fica chateado, magoado e que entra em uma batalha com aqueles que não o obedecem.
E aí eu vejo serem criadas algumas relações desse período que o mundo está passando como algum tipo de punição divina. ??? Hein!!!
Que deus é esse que entra em batalha com o homem? Que reage ao homem, às provocações do homem?
Uai!!! Pra falar bonito, qual o corolário, ou seja, qual a dedução disso: que esse deus é um deuzinho né? Um deuzinho que está competindo com homem.
Uai 2!!! Não foi esse deus que conheci há 44 anos.
E na boa, o que eu quero mesmo é a mão de Deus pesando sobre mim.
Estarei lascado quando ele “TIRAR” a mão de sobre mim.
Dirão alguns: De Deus não se zomba. Hã, hã. Brother... não se zomba de ninguém, né?

quinta-feira, 26 de março de 2020

Sob quem você vive?

Uma nação dividida

A hora da hora. Oras! Ora que melhora. Ora! Será? A hora é agora. Por falar em hora… ou… em orar...
O que vejo?

Vejo gente aflita, agoniada, enlaçada e que não consegue se soltar. Hora de uma banda, hora de outra.

Tenho pra mim que as futuras gerações, talvez meus bisnetos ou tataranetos, descobrirão outra forma de se organizarem que não pela democracia. Será, talvez, um sistema baseado em sábios, pois que a democracia dá claros sinais de esgotamento, até pelo avançado da idade (coisa de 2.500 anos) e que não mais atende às demandas contemporâneas, bem como as extemporâneas. Mesmo na maior democracia do ocidente, o que valida a democracia lá é o capital. Tire o capital e a democracia lá agonizará, como cá. E… uma hora o capital acaba.

Mas, por hora, é o que há, e a alternância de poder é parte fundamental do jogo democrático. Perpetuar-se no poder não faz parte do jogo. Ceausescu na Romênia em 15 anos foi de bonzinho e promessa a executado por fuzilamento, juntamente a sua esposa.

Os que hoje, e ontem, pegam em panelas, permitido lhes fora, pegariam em armas. É o que se depreende de tamanha insatisfação, nos de hoje e nos de ontem.

Sob quem você vive?

Os que ascendem ao poder, não podem estar sobre você. Se estão é porque você permitiu. É do jogo democrático que, se não prestam, que saiam, não via impeachment, que só se configura sob crime. Impeachment não é recall. Não existe essa figura na democracia. Os que não prestam serão substituídos na outra rodada de sufrágios.

Essa fixação advinda, plantada, patrocinada, manipulada, instigada por parte de alguns meios de comunicação, porque afetados de alguma forma e que alcança parcela enorme de pessoas, tem levado alguns a viverem em círculos.

Oras! Se você vive em círculos é porque você só vira à direita ou à esquerda, logo, você é prolixo e não consegue caminhar pra frente. A vida não é uma reta. Pra caminhar pra frente você tem que girar hora à direita, hora à esquerda.

Vou parando por aqui porque o texto já ficou grande demais e a internet não aceita textos grandes.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Guerra sem fim



Tamanha rejeição que o Bollsonaro enfrenta é gerada pelos seus próprios seguidores.

Veja: A sociedade pode ser entendida sob duas bandeiras (poderia ser mais ácido aqui, mas em tempos tão susceptíveis, não convém).

Uma parcela não aceita salvadores da pátria que a outra apresente.

Foi assim com Lulla/Dillma e está sendo com Bollsonaro, como foi desde tempos antanhos.

O fato de ele ter sido apresentado como mito, como o cara que iria salvar a nação do caos, como o cara que iria peitar os podres poderes estabelecidos, como o cara que iria enfrentar a mídia maldita estabeleceu essa rejeição.

Ele foi apresentado assim, assumiu essa postura e os seus seguidores recrudesceram, exacerbaram essa postura, como aconteceu com os antecessores, com a única diferença de que foi apresentado pela outra ala.

Aí ficam as duas bandeiras se digladiando em afrontas intermináveis.

Não há curso para presidente. Não há como colocar alguém lá que esteja adequadamente ajustado ao cargo. Esse é o defeito da democracia. Alguns dirão que essa é a virtude, mas de virtude em virtude o país segue girando, girando, girando com a duas bandeiras se engalfinhando porque não aceitam o salvador que a outra apresentou.

Então, parece mais razoável, mais inteligente, mais sensato que, de posse de mínima lucidez, se apresente alguém que atenda minimamente as duas bandeiras e que, portanto e para tanto, não se apresente como o salvador da pátria, porque… ou uma ou outra bandeira não o aceitará.