domingo, 20 de dezembro de 2015

Onde estão eles???

Onde estão eles?
Cadê esse povo?
A gente de cá precisa urgente?
Somente eles para enfrentar esse atual e caótico estado de coisas.
Arregacem as mangas e à luta.
Gandhi já morreu. O Madiba também. O Martin foi assassinado. Betinho sucumbiu à doença. Assim... a gente de cá está por sua conta e risco. Como dizia o rei do pop: “they don’t really care about us” = eles não ligam pra gente.
Eles? Quem eles? A gente de lá, a gente do poder, da capital, das empreiteiras, do capital, do rentismo, gente de valor venal, do lucro incessante, gente sem moral.
Cadê vocês?
Não quero crer que as delícias do vil metal os silenciou?
Não quero crer que as perfumarias tecnológicas os inebriou? A uns e outros.
Se tem alguém que pode tocar na gente de lá,  são vocês? À luta.
Artistas e jovens, agora é com vocês. À luta, às armas. Não as de fogo que essas não levam a nada e eles podem mais. Mas... há outras tantas. E tenham por certo que exércitos os seguirão, de todas as idades e cores e classes e tribos.
Já deu. Basta. Chega.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Dos tijolos da igreja II

Você é um tijolo pequeno e por isso se sente insignificante, descartável, inutilizável? Você se acha desqualificado, incapaz por não ter as capacitações que chamam a atenção? Não, não se sinta assim. Não se sinta menor do que você é. O Pedreiro é muito capaz e dará uma boa utilização pra você. Bem verdade que Ele até tem certa predileção por tijolos pequenos. Lhe dão menos trabalho. Ele colocará argamassa onde precisar para preencher o que falta, posicionará você adequadamente e dará um sentido eterno para sua vida.
Enroscado mesmo está o tijolo grande, aquele que por seu ego inflado e por sua autoestima exacerbada não cabe na parede. Aquele, infectado pela doença do narcisismo em que de tanto amar-se a si mesmo, já não consegue viver sem a si próprio, como disse o poeta.
Tijolo grande é aquele que acha que está tudo sob controle, que acha que tem reposta pra tudo, que acha que pode tutelar o outro, que se acha muito capaz. A última cereja do bolo. O rei da cocada preta. A última coca-cola do deserto.
Tijolos grandes são um problema para o Pedreiro.
Tijolos grandes precisam ser moldados à força para caberem na parede. Um processo dolorido em que leva várias “colheradas” no lombo para que se adeque ao tamanho ideal.
Tomara que esse tijolo não seja tão duro, pois corre o risco de esfarelar-se por completo aos golpes da colher do Pedreiro, vindo a servir tão somente como entulho.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Dos tijolos da igreja

Uma das figuras da igreja é a de que ela é um edifício.
Pois bem, o pedreiro tem dois instrumentos para conferir a exata colocação dos tijolos para que as paredes fiquem perfeitamente acabadas.
Um é o prumo, o outro é a linha. Quem é do ramo entende e sabe que uma parede é geometria e matemática puras, e que paredes tortas comprometem todo o edifício.
O prumo confere e corrige o alinhamento vertical, a linha o faz na horizontal.
Para o alinhamento vertical o pedreiro usa os dois tijolos das extremidades superior e inferior das paredes, usando o prumo para corrigir tangências que possam levar a parede a sair do perfeito alinhamento vertical e que levaria a parede a cair.
Para o alinhamento horizontal, o pedreiro fixa a linha nos dois tijolos das extremidades laterais de forma que os tijolos do meio, ao seguir a linha, estejam alinhados com os tijolos das extremidades, o que garante o seu perfeito acabamento.
Oras! Alinhamento vertical aponta para o céu, para o relacionamento com Deus. Se esse alinhamento não for perfeito, a tendência da parede é cair dada a inclinação da tangência da parede, ainda que mínima. Redundância: um relacionamento desaprumado com Deus levará toda a parede ao chão.
Oras! Alinhamento horizontal aponta para o relacionamento com o irmão, ou seja, um tijolo não pode querer estar acima do tijolo ao lado, tampouco não deve fugir do alinhamento do prumo de forma a entortar a parede e comprometer tanto a beleza quanto a eficiência da parede. Redundância: o relacionamento com o irmão tem que ser linear, isto é, não pode haver desalinhamentos em que um esteja sobre o outro naquela fileira.

Não tenha dúvida, o experiente construtor lidará de forma absolutamente terminal com tijolos que teimem em escapar seja do alinhamento vertical, seja do alinhamento horizontal.     

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Eu, algoz de mim mesmo

Não, eu não resisto! Se a oportunidade se apresentou eu tenho que aproveitá-la. O importante é ser feliz, diz a ditadura da felicidade. 
Assim, mesmo em face do risco de pegar alguns anos de cadeia, o importante é garantir o futuro de meus filhos. Mesmo em face do risco de uma gravidez indesejada, inoportuna e prematura, o importante é desfrutar do orgasmo. Mesmo em face de ser ridicularizado na mídia, nas redes sociais, o importante é não deixar a oportunidade passar. Mesmo em face de ter minha traição conjugal descoberta, o importante é aproveitar o momento das delícias carnais. Mesmo em face de ser o protagonista de um espetáculo de horror pelos maus feitos de uma política tacanha e rasteira, o importante é ter o poder nas mãos e usurpar a ignorância das pessoas que acham que em ‘autoridade’ não se toca. Hitler adoraria viver nesse país. Mesmo em face de não ter a aprovação do Divino para minha atuação sacerdotal, o importante é “gozar” do destaque que as ingênuas turbas dão a essa classe.
Eu, algoz de mim mesmo, “fazendo o que não quero e deixando de fazer o que gostaria” (Paulo de Tarso).
Eu, algoz de mim mesmo, elevando a pós-modernidade ao mais alto grau, em que não há mais absolutos, sequer Deus, sequer a bíblia, em que cada qual faz suas próprias leis, suas próprias crenças.

Eu, algoz de mim mesmo, valendo para ambos os sexos.   

Ornitorrinco Madiba

sábado, 21 de novembro de 2015

Violência - uma prova da existência de Deus

A violência é a expressão do lado mais sombrio, nebuloso, dark, underground da alma humana.
Donde vem a violência dos terroristas?
Donde vem a violência do capitalismo que faz com que 1% da população mundial detenha 50% das riquezas do planeta?
Donde a violência contra mulheres e negros e crianças?
Donde vem a violência sexual, desde a do marido contra a esposa até contra os homossexuais?
Donde vem a violência do menosprezo ao outro, seja ele quem for?
Donde vem a violência dos traficantes que não dão a cara para bater?
Donde vem a violência dos extorsivos e ignominiosos e malditos juros bancários que empobrecem o pedreiro, que nem conta tem, e enriquecem o banqueiro que não tem mais onde ter conta? Um dia Alguém cobrará essa conta.
Donde vem a violência do “de menor” e do “de maior”?
Donde vem a violência das guerras que matam civis inocentes em nome de uma supremacia territorial, racial, econômica ou do que quer que seja? Ainda que à base de bombas atômicas, como é o caso daquele único país que já a usou até hoje.
Donde vem a violência dos políticos que representam a si mesmos, que agem para si mesmos, que enriquecem a si mesmos, a que preço for? Como diz o procurador da república: “quem rouba milhões, mata milhões”.  
Donde vem a violência da ausência dos pais quando seus filhos mais precisam?
Donde vem a violência dos religiosos que transvestidos de santarrões provocam as maiores decepções nas pessoas?

Toda essa violência vem de um só lugar: de um coração onde Deus não está. 

sábado, 14 de novembro de 2015

Paris x Bento Rodrigues

Uma nefasta classe média

O que Paris tem que Bento Rodrigues não tem?
A rigor, nada!!!
As pessoas que sofreram o atentado, merecem solidariedade? Total!
O atentado não foi contra franceses, foi contra pessoas e é merecedor da mais veemente repugnância.
A violência é a expressão do lado mais sombrio da raça humana, e ela, a violência, tem o poder de replicar-se a si mesma, no muito das vezes, em escala exponencial, haja vista a bomba que os americanos soltaram nas duas cidades japonesas que mataram quase que instantaneamente algo em torno de 200 mil pessoas!!!

O que Paris tem que Bento Rodrigues não tem?
A rigor, nada!!!
A comoção mundial em torno do atentado é justa? Claro!!! Não se mata pessoas inocentes. Não se mata pessoas que não estejam na luta. Argumento válido para os habitantes de Hiroshima e Nagasaki.
A violência expõe o quanto a humanidade pode ser má. Uma violência que tem várias facetas, dentre elas o descuido com a vida alheia. Como quando se tem um elevado orçamento para aquilo que não que não está associado à produção de determinada empresa, mas que poderia garantir a segurança de pessoas comuns, e via de regra, pobres e sem poder de expressão e significância, daí, diante desse caro orçamento opta-se por um caminho mais “barato” para a empresa, que afinal, garante o sustento dessas pessoas comuns e que diante de algum sinistro se satisfarão com algumas migalhas do caixa daquela empresa. Escárnio.
Nefasta seja essa classe média que a tudo assiste com algumas lágrimas nos olhos!!!
Sim, porque para os ricos, não precisa mudar nada.
Para os pobres, eles se satisfazem com qualquer coisa.

E quem poderia mudar o negócio, a classe média, enquanto puder viajar e comprar uns carrinhos bacanas cheio de perfumarias tecnológicas, estará bem. Bem por isso, tudo o que os governos querem é trazer as pessoas para a classe média, esse bando de cordeiros e ovelhas.