segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A ortodoxia neopentecostal

Desde o advento do pentecostalismo no início do século XX formou-se uma ortodoxia em torno daquele acontecimento. Esse expediente deu origem às várias denominações pentecostais existentes e espalhadas por vários países.
O que nasceu como um mover espontâneo logo foi estruturado sob o risco, pelo menos assim entendiam os líderes de então, de perder sua vitalidade. O pensamento corrente era que aquele mover deveria se estender às gerações seguintes, fazendo-se necessária, então, a sua formulação e estruturação.
Passados algo em torno de 100 anos, surge agora uma nova ortodoxia, a ortodoxia neopentecostal.
Esse expediente hoje pretende-se hegemônico, estabelecendo que quem estiver fora dele estará fora do mover de Deus e fora de sua direção, logo, alvo de repreensão e, no extremo, de exclusão.
É fácil perceber a carência e ansiedade humanas nesse comportamento, refiro-me ao fato de se querer estruturar o que é intangível.
Esse posicionamento segue a lógica do modernismo que pregava que somente era verdade o que a ciência podia provar.
A ortodoxia neopentecostal segue a mesma orientação estabelecendo que só é de Deus o que é estruturado e controlável. O que escapar ao controle dos líderes, não é de Deus.
Há um alento em curso que consiste de o modernismo, depois de verificada a impossibilidade de se provar toda a verdade, ter sido suplantado pelo pós-modernismo em que cada um faz a sua verdade.
O alento refere-se ao fato de o modernismo ter sido suplantado, não ao fato de cada um construir sua verdade. Eu ainda creio na bíblia (e tenho comigo que morrerei assim) como verdade absoluta de Deus para os homens em sua existência.
Há fundamentos pétreos dessa ortodoxia e outros decorrentes desses, não tão fundamentais, mas não menos importantes para os seus defensores.

Fundamentos pétreos
- Construir uma doutrina a partir de um texto
- Centralização das ações
- Hierarquização
- Prevalência do sacerdócio aarônico
- Beatificação gospel

Fundamentos decorrentes
- Absoluta dependência da liderança
- Exacerbação dos dízimos e ofertas
- Judaização da fé “evangélica”
- Proteção do alto em detrimento do outro
- Positivismo motivacional

Tratarei de cada tema no meu próximo livro “Tem violino querendo ser maestro”. Nitroglicerina pura.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Espiritual x Social


Uma infeliz dicotomia

Não há um evangelho espiritual e um evangelho social.
Há um evangelho capaz de salvar a sociedade.
Essa dicotomia serve aos corruptos, aos adúlteros que permitem-se, num momento, apresentarem-se a Deus em preces cumprindo rituais religiosos e noutro  momento entregarem-se aos mais vis comportamentos.
Essa dicotomia serve aos religiosos que permitem-se, num momento, prestarem cultos pretensamente espirituais sem se envolverem com os descalabros dos índices sociais que se abatem sobre a nação.
Essa dicotomia serve aos que defendem que toda a autoridade vem de Deus validando assim o comportamento de crápulas como Hitler, ontem, e outros tantos desvairados hoje.
Em tempo, Romanos fala de poder policial, ou algum líder religioso está pensando em pegar em armas?
Essa dicotomia serve aos políticos que querem separar o estado da igreja, para não terem suas consciências sendo questionadas.
Dirão os (democratas) puristas: “O estado é leigo”.
Oras! Mas a igreja também é leiga. Eminentemente leiga.
A mensagem da qual é portadora - frise-se que é o povo (= laos, laicato, leigos) /&%$#"﷽﷽﷽﷽#"ara todas as pessoas, em todos os lugares, em todos os tempos.
que é portador dessa mensagem, não a sua liderança, que está a seu serviço - não é válida somente em seus “domínios” senão em todos os quadrantes da sociedade.
O que o Jovem Galileu falou vale para todas as pessoas, em todos os lugares, em todos os tempos, em todas as instâncias, em todas as esferas.
Assim é./&%$#"﷽﷽﷽﷽#"ara todas as pessoas, em todos os lugares, em todos os tempos.