domingo, 19 de janeiro de 2020

O marido fiel, o político cristão e o pardal

Não há “marido fiel”.
Hein?! Lascou.
Pois é.
Há marido, e maridos são fiéis. A expressão “marido fiel” é um pleonasmo, uma superfluidade redundante, pois, se é marido, é fiel, se não é fiel…
Do “político cristão” há que se definir o que significa cristão, o que é tarefa deveras trabalhosa dado o imenso universo que o termo abrange: católicos, evangélicos, protestantes, pentecostais, até algumas parcelas do espiritismo se declaram cristãs.
Fato é que o termo “político cristão” é um tanto paradoxal, se há alguma vinculação do cristão com o Cristo, o que é quase impossível estabelecer. Ocorre que nos sistemas de governo modernos os políticos estão intrinsecamente ligados a um padrão de poder que dispensa o divino uma vez que esse padrão declara que “todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido”.
Quando cristãos são entendidos como uma força de poder, via de regra, eles trazem mais prejuízos que benefícios à coletividade. A história é pródiga em exemplos os mais nefastos, desde tempos antigos, quando ainda a democracia não era hegemônica, até os tempos modernos com escândalos os mais abjetos.
Contudo e entretanto, contar com pessoas que têm o caráter tratado por Cristo nas esferas do poder, é tudo de bom e desejável, esses jamais trairão a causa, mesmo quando lidando com o poder e suas demandas de recursos financeiros.
Pessoas essas que vivem como os pardais, como ensinou o Cristo, sem pretensões de qualquer natureza, confiantes na provisão do pão diário e do abrigo necessário, até que venha o Grande Dia. Já dizia bela música: his eye is on the sparrow.
Em documento público compartilhado em 2009 via internet e encaminhado à agremiação religiosa da qual fazia parte, eu abri mão de todo e qualquer título ou rótulo a que teria direito. Está no blog sob título (In)Certidão de I(n)doneidade.
Me defino como: um andarilho, filho de Deus, marido e pai.

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