domingo, 4 de abril de 2021

Uma trilogia cristífica e uma fé quadrimensional

Eu respeito os que acham que podem ter uma fé adequadamente ajustada em perguntas e respostas, sistematizada em um conjunto de conceitos e definições e enquadrada em um rol de regras, práticas e datas que apontam sempre para a vitória e a conquista. Eu mesmo já cantei que “o nosso general é cristo”. Pois é.
Têm o meu respeito, mas minha fé está um pouco aquém disso, não consegui chegar lá.
Mais ou menos em que creio:
Tenho pra mim que a trilogia cristífica: nascimento, morte e ressurreição do Cristo é o centro da vida humana e dos acontecimentos históricos, talvez até universais. Essa trilogia, resolve, explica, pacifica, significa e encerra o Éden e lhe dá o seu devido seguimento.
O Éden e tudo que lhe segue culmina no Calvário. O Calvário explica o Éden e lhe dá sentido.
Está escrito que “o Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo”.
Um negócio meio difícil de entender. É como aquela que “não passará essa geração até que tudo aconteça”. Em tese aquela geração passou e aquela escatologia anunciada não aconteceu.
Fato é que Deus não vê como nós vemos.
A cronologia de Deus não é a nossa.
Não entendo que Deus tenha um caderno em que estejam anotados todos os acontecimentos passados e a passar e que Ele tenha um controle sobre cada segundo que esteja correndo. Não consegui ter essa fé.
Entendo que Deus olha os pontos capitais da existência humana: o Éden, o nascimento, morte e ressurreição do Cristo e a sua volta, com um destaque para o chamamento de Abraão. O que ocorre entre esses três eventos fica por conta da humanidade.
Isso meio que explica o “não passará essa geração...”. Depois da morte e ressurreição do Cristo, no olhar de Deus, só há uma única geração que se encerra quando o Cristo voltar.

Da fé quadrimensional vou deixar para outra hora, senão isso vai ficar muito grande.

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