domingo, 17 de outubro de 2010

Malditamento

Passional total
Maldita cruz, que ousadia acolher o Santo, nu, em seus braços
Ele não tinha mesmo onde reclinar a cabeça, mas, não era em ti que Ele queria deitar-se
Maldita cruz, que descalabro dar firmeza aos cravos que Lhe atravessaram as mãos e pés
Quem você pensa que é?
Maldita cruz que encerrou a mais bela jornada de um Homem
Dando ensejo a outros escarnecerem Dele
Maldita cruz que interpôs-se na história
E executou o mais vil e injusto julgamento
Maldita cruz que expôs a fragilidade do Carpinteiro
Expondo-o à ignomínia da rendição sem apelação
Mas... não tem nada não
O Magnânimo, o que “usa” reis e poderosos, o micro e o macro cosmos
Também usou a ti, sua tola
Você foi a tranca que foi aberta, o portão que ficou sem ferrolho
Você foi o fim do “dente por dente, olho por olho”
Você quis matar, mas Ele não morreu
Você quis encerrar, mas Ele não cedeu
Você quis “enterrar”, mas Ele reviveu
Bem verdade que você, por um momento, prevaleceu impondo a morte àquele corpo
Mas, mais verdade é que aquele corpo prevaleceu de ti
Olhe pra você, onde você está?
Onde está o seu fazedor?
Agora, olhe para Aquele que esteve em seus braços
Olhe e morra de inveja

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