terça-feira, 17 de maio de 2011

Nova reforma (?) I

Por que Jesus veio como judeu?

Existem centenas de respostas a essa pergunta. Muitas delas teologicamente corretas (o quanto pode ser correta uma teologia). Outras religiosamente apelativas. Outras ainda exegeticamente impecáveis.
Dou a minha: Para demonstrar que a instituição – com sua inexorável institucionalização - tem que ser mudada de dentro para fora.
Jesus não temia a instituição. Teme a instituição quem corre o risco de ser “escravizado” por ela. Não era o caso de Jesus, mesmo porque, instituição e institucionalização são coisas distintas. Institucionalização é quando a instituição (mero instrumento), e não Deus, domina o coração.
A institucionalização verificada hoje no meio da igreja tem que ser enfrentada, desafiada, denunciada, acusada. Parece-me que quem pode fazer isso é quem está inserido em seu contexto, como Jesus estava inserido no judaísmo e o revolucionou, se entendemos o cristianismo (o termo não me agrada, mas não encontro outro no momento) como uma extensão do judaísmo.
A instituição, boa ou má, só ouve quem está dentro. Não se tem notícia de que alguém de fora de uma determinada instituição tenha conseguido transformá-la significativamente.
Este é o desafio: ficar dentro, não deixar-se contaminar e contribuir para a evolução do meio onde se vive.
Dito de outra forma são três as possibilidades: sair e ficar falando sem muito sucesso concreto e efetivo, senão o da satisfação pessoal; ficar e contaminar-se rendendo-se ao meio, perdendo a força, caindo na vala comum (caso dos grandes cantores brasileiros que foram calados pelo dinheiro); ficar e não contaminar-se, tentando manter um vínculo em que se é, de uma forma ou de outra, ouvido.
Nesse sentido... não deveria dizer isso, é muito pouco ortodoxo, mas direi: acho que Martinho Lutero não devia ter saído da Igreja Católica, em que pese no que se transformou o movimento protestante, com essa maldita “teoria” humanista da prosperidade.
Oras! Para termos isso em que está se transformando o movimento nascido como protestante, melhor que não tivesse havido o rompimento. Ficasse lá. Foi o que Jesus fez.
Nasceu e morreu como rei dos judeus.
Esse é um ponto de vista puramente humano. Deus certamente tem outra opinião a respeito.
Dura coisa é ficar. Mas... eu acho que tem que ficar, até o fim, não há opção.

Um comentário:

  1. ...ponto de vista humano e bastante inspirado! ...pra ser 'digerido' com calma ...parece duro mas bastante nutritivo. Vlw.

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