sábado, 8 de março de 2014

"Não te é lícito possuí-la"


Com essa denúncia o profeta literalmente perdeu a cabeça, foi degolado.
Ele não disse isso para um superior hierárquico, para um religioso desvirtuado do seu círculo de convivência. Não. O profeta disse isso para um governador de um império despótico, que, com a embriagues do poder, achava que podia tudo e que ninguém deveria falar nada contra suas ações.
Os poderosos contam com o silêncio dos seus súditos, silêncio que metamorfoseia-se em conivência.
O profeta não sonegou seu dever. Pagou caro.
Há um custo, às vezes da própria vida, em apontar aquilo que não está conforme o plano divino.
Há um custo em olhar para fora do perímetro particular e apontar que as coisas não vão bem ali.
Para isso, as coisas dentro têm que estar bem, quando não, é mesmo temerário falar qualquer coisa.
Acho que isso explica o silêncio daqueles que deveriam estar apontando os descaminhos dessa nação e propondo uma direção a seguir, porque, pois, a mensagem evangélica não é exclusiva de/para um grupo de pessoas que, via de regra, se fecha em si mesmo por achar-se superior aos demais. 

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