quarta-feira, 18 de março de 2020

Guerra sem fim



Tamanha rejeição que o Bollsonaro enfrenta é gerada pelos seus próprios seguidores.

Veja: A sociedade pode ser entendida sob duas bandeiras (poderia ser mais ácido aqui, mas em tempos tão susceptíveis, não convém).

Uma parcela não aceita salvadores da pátria que a outra apresente.

Foi assim com Lulla/Dillma e está sendo com Bollsonaro, como foi desde tempos antanhos.

O fato de ele ter sido apresentado como mito, como o cara que iria salvar a nação do caos, como o cara que iria peitar os podres poderes estabelecidos, como o cara que iria enfrentar a mídia maldita estabeleceu essa rejeição.

Ele foi apresentado assim, assumiu essa postura e os seus seguidores recrudesceram, exacerbaram essa postura, como aconteceu com os antecessores, com a única diferença de que foi apresentado pela outra ala.

Aí ficam as duas bandeiras se digladiando em afrontas intermináveis.

Não há curso para presidente. Não há como colocar alguém lá que esteja adequadamente ajustado ao cargo. Esse é o defeito da democracia. Alguns dirão que essa é a virtude, mas de virtude em virtude o país segue girando, girando, girando com a duas bandeiras se engalfinhando porque não aceitam o salvador que a outra apresentou.

Então, parece mais razoável, mais inteligente, mais sensato que, de posse de mínima lucidez, se apresente alguém que atenda minimamente as duas bandeiras e que, portanto e para tanto, não se apresente como o salvador da pátria, porque… ou uma ou outra bandeira não o aceitará.

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