quarta-feira, 22 de abril de 2020

Da veneração

O ser humano é, de fato, eminentemente religioso.
A relação dele com algumas pessoas, instituições e regras demonstra isso.
Ou seja, ele se prostra, venera, defende, ataca os opositores e se cala diante dos mal feitos e imperfeições do “objeto” de sua veneração.
Alguns deles: artistas, cantores, pastores, governantes com especial destaque para o presidente, líderes em geral, dinheiro, jogadores e clubes de futebol, santos, democracia, igrejas e, por fim, a constituição.
Não há um mal intrínseco nisso. Eu também sou assim, com o detalhe que restrinjo a Deus esse comportamento.
Muito pode ser falado a respeito, mas gostaria de questionar essa veneração a um ponto em especial: a constituição.
Não! A constituição brasileira não é boa.
Uma constituição que não consegue atacar a infame desigualdade social como a que ocorre nesse país em que quase a metade da população (100 milhões) não tem acesso a esgoto tratado, essa constituição não é boa.
É uma desgraça de constituição. Tira, troca e põe outra.
Essa veneração à constituição, como a qualquer outro “objeto” de veneração, não leva a nada.
O mesmo vale para a democracia. Já deu. A validade já venceu. Tira, troca e põe outra. Desde que não autoritarismo e ditadura, qualquer coisa serve.

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