segunda-feira, 29 de março de 2010

Jesus x autoestima

Não sei não. Acho que Jesus não passaria pelo crivo dos psicólogos de plantão useiros e vezeiros na recomendação da elevação da autoestima (também entendida como amor próprio) como panaceia para quem não consegue lidar pacificamente consigo por não reconhecer o quanto precisa de Deus.
Jesus conta uma história em que narra uma pessoa cheia de si, confiante, praticante de boas atitudes, pretensamente justo, fiel no casamento, honesto nos negócios, próspero e feliz por essa condição, considerando que o que tem é seu e que pode arvorar-se em alguém que pode dar alguma coisa para Deus. Pessoa cheia de ascetismo, crente e que tinha um sentimento de superioridade sobre as demais pessoas que não eram como ele, considerando-as menores e desprezíveis, e por que não, descartáveis.
Quando olhamos para os crentes de hoje, os que ainda não são assim são estimulados a serem, sob pena de virem a reconhecerem-se como pessoas frustradas e perdedoras e que estariam fora do padrão aceitável para quem se propõe a seguir a bíblia.
Na mesma história Jesus mostra ainda a condição de outra pessoa. Pessoa essa desprezível na sociedade contemporânea de Jesus, considerada como integrante da parte mais baixa dela. Em tese, seria um desonesto, um materialista, avaro, enganador, cruel. Mas, diferentemente do primeiro caso da história, alguém que não ousava levantar os olhos a Deus consciente que estava de sua condição de necessitado da misericórdia de Deus, necessitado de que seus pecados fossem cobertos pelo amor de Deus. Essa sua condição revela um coração em que Deus pode operar, pois despojado de qualquer presunção ou pretensão em apresentar alguma coisa para Deus, material ou intangível, como intangível é o coração dos que têm a autoestima elevada.
Davi, um parente distante de Jesus, sentia-se como o segundo caso da história contada por Jesus. Ele, depois de doar fortunas valiosas para a construção de um templo no qual Deus seria adorado, acaba por dizer que diante de Deus ele se sentia como um estranho e que sua existência não seria mais que sombra, e que se podia dar alguma coisa para Deus era porque tinha recebido isso das mãos Dele.
Choque!!! Pasmo!!!
A conclusão da história contada por Jesus é que o segundo elemento da história, depois de reconhecer-se como se reconheceu, estava quite com Deus, tendo ainda a possibilidade de preceder àqueles que têm autoestima elevada quando da chegada do Reino de Deus.

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