sábado, 4 de junho de 2011

Nova reforma (?) II

O que há de ser, já foi. Salomão
Pra caminhar pra frente, tem que olhar pra traz.

Antes de Martinho Lutero, viveu Francisco de Assis (uns 300 anos antes), um reformador, como aquele, para muitos, a maior figura da cristandade, depois de Paulo de Tarso.
Ainda jovem, de família nobre, abandonou tudo e viveu em pobreza extrema, pois tudo que tinha dava aos pobres. Fez uma oração maravilhosa em que dizia querer ser instrumento da paz de Deus, querendo mais amar que ser amado, mais consolar que ser consolado, mais compreender que ser compreendido.
Ele entendeu que recebera uma missão de “reformar” a igreja. Tão logo quanto pôde começou a reparar as paredes e tetos dos templos (?!), para, um tempo depois, entender que Deus não lhe falara para reformar prédios (?!).
Morreu vendo a própria obra que começara, à qual se juntaram vários discípulos, já fora da orientação original. Hoje então... os franciscanos estão muito distantes da mensagem original do fundador da ordem.
Bem, até aí nenhuma vantagem (ou desvantagem) para eles. O protestantismo também está muito distante da versão original de seu autor. Para ficar somente em um ponto (bem polêmico), o incensado “livre arbítrio”, que grassa livre, leve e solto no meio da cristandade moderna, era frontalmente atacado por Lutero. Não estou aqui a emitir juízo de valor, estou tão somente dando uma informação que muitos desconhecem, o que confirma o que está sendo dito.
Assim são os movimentos. Eles não perduram. Mesmo instituições seculares se desviam de sua orientação original. É do homem que isso aconteça.
Aconteceu com o franciscanismo, com o luteranismo e acontecerá com qualquer movimento em que pessoas estejam envolvidas.
Quando ansiamos por santidade, por honestidade, por comunhão, por simplicidade, por amabilidade, por verdade, por radicalidade, por assiduidade, por pontualidade (ai... como as pessoas se atrasam hoje em dia!), por humildade, por fidelidade, por coragem, por destemor, por desapego, por transparência, por compartilhamento, por originalidade, por compromisso, pela singeleza do louvor, pela igualdade, pela presença divina em contraposição a tudo o que se vê hoje em dia, isso tem que ser mais do que um movimento.

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