segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Saudade

Tenho saudade
Saudade do que ainda não fui, mas pelo que anelo
Esse anseio, verdadeiro flagelo, me persegue
Quero, mas não posso
Possuo, sou possuído e passo a passo avanço
“Resoluto, mas submisso”
Descubro-me rebelde
Para então rebelar-me contra a rebeldia
E obedecer
E calar, considerando se o que falarei é melhor do que o silêncio
E caminhar um caminhar silente, como o dia transmite à noite as horas
Inexorável, imutável, perene, quase eterno
Que eterno, só o Eterno
Tenho saudade
No recôndito mais intrínseco
No âmago mais profundo
No mundo subatômico habitado pelos quarks aos centilhões
Há uma centelha divina
Inextinguível
É ela a causa desse sentimento
Sentimento que move o mundo e o empurra pra frente
Que a vida caminha pra frente.
Minha sina: matar essa saudade. O farei. A seu tempo.

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