O
bingo democrático – O salvador da pátria
Não
consigo enxergar comprometimento dos comuns com os rumos da nação nesses nossos
dias de eleição.
Mais
do que comprometimento “político”, o que consigo enxergar é uma torcida por
esse ou aquele candidato.
“Vamos
torcer aqui. Vai que ele ganha.”
Coisa
meio que comparada a um jogo, ou mesmo à torcida para um time.
O
comprometimento parece que consiste de criticar esse ou aquele e torcer por
aquele outro, ou, no caso, outra.
Para
os comuns a democracia resume-se ao voto. Assim, grande parte da turma conclama
a “dar o troco nas urnas”. Hã hã. O Collor que o diga. Ou mesmo o Lulla. Ou
FHC. Ou...
Então
tá. Tinha pra mim que democracia deveria ser mais que isso. Eu que nem democrata
sou. Mas a considerar 99,99999999% da população parece que é isso que está aí:
exercer o direito democrático a cada dois anos.
Ou,
quando não, fazer algumas manifestações bem pontuais (perdão pelo desgastado
clichê, mas tive que usar o termo para deixar o texto bem chic) como as do ano
passado em que o gigante acordou mas rapidinho dormiu de novo em seu berço esplêndido.
E
haja salvador da pátria.
Esse
é um dos defeitos da democracia, pelo menos da brasileira.
Tudo
se resume a um salvador da pátria.
Uma
grande figura que dará jeito em tudo: saúde, educação, segurança, meio ambiente,
trabalho, energia, água, saneamento básico, distribuição da riqueza, eliminação
da pobreza, desenvolvimento sustentável, diminuição dos juros, equilíbrio
fiscal, crescimento do superávit, aumento da poupança, aposentadoria adequada,
construção de creches, hospitais e escolas, mobilidade urbana, reforma
política, modernização do judiciário.
Com
as redes sociais então, aí que o negócio ficou fácil mesmo.
Um
patriota apátrida
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