terça-feira, 19 de agosto de 2014

O bingo democrático - O salvador da pátria

O bingo democrático – O salvador da pátria

Não consigo enxergar comprometimento dos comuns com os rumos da nação nesses nossos dias de eleição.
Mais do que comprometimento “político”, o que consigo enxergar é uma torcida por esse ou aquele candidato.
“Vamos torcer aqui. Vai que ele ganha.”
Coisa meio que comparada a um jogo, ou mesmo à torcida para um time.
O comprometimento parece que consiste de criticar esse ou aquele e torcer por aquele outro, ou, no caso, outra.
Para os comuns a democracia resume-se ao voto. Assim, grande parte da turma conclama a “dar o troco nas urnas”. Hã hã. O Collor que o diga. Ou mesmo o Lulla. Ou FHC. Ou...
Então tá. Tinha pra mim que democracia deveria ser mais que isso. Eu que nem democrata sou. Mas a considerar 99,99999999% da população parece que é isso que está aí: exercer o direito democrático a cada dois anos.
Ou, quando não, fazer algumas manifestações bem pontuais (perdão pelo desgastado clichê, mas tive que usar o termo para deixar o texto bem chic) como as do ano passado em que o gigante acordou mas rapidinho dormiu de novo em seu berço esplêndido.
E haja salvador da pátria.
Esse é um dos defeitos da democracia, pelo menos da brasileira.
Tudo se resume a um salvador da pátria.
Uma grande figura que dará jeito em tudo: saúde, educação, segurança, meio ambiente, trabalho, energia, água, saneamento básico, distribuição da riqueza, eliminação da pobreza, desenvolvimento sustentável, diminuição dos juros, equilíbrio fiscal, crescimento do superávit, aumento da poupança, aposentadoria adequada, construção de creches, hospitais e escolas, mobilidade urbana, reforma política, modernização do judiciário. 
Com as redes sociais então, aí que o negócio ficou fácil mesmo.


Um patriota apátrida

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