quinta-feira, 21 de maio de 2015

Glória líquida

De repente, não é que escorrem algumas porções de um líquido carmesim de um corpo desfigurado a quem se virava a cara tamanho o aspecto assustador daquela figura insignificante e impotente, incapaz sequer de arregimentar alguns seguidores, pois que abandonado e só no seu momento mais avassaladoramente doloroso.
Não é de hoje que as instituições, de que matiz for, abandona seus soldados feridos no caminho, só não verificável entre os sem teto e que compartilham os goles de água ardente, pois que ali impera uma surpreendente cumplicidade.
Pois com esse líquido carmesim, originário de um organismo divinamente formado, o divino defenestrou os poderes estabelecidos no planeta, poderes de força descomunal, portentosa, assombrosa, extraordinária. Poderes instalados nas instâncias do domínio, na ânsia do controle sobre o outro, na usurpação da autoridade em que as pessoas se revestem desse título fazendo-se passar como ‘a autoridade’, quando isso não é um título, senão uma delegação.
Não há autoridades!!! Há aqueles que dependendo do caso são autorizados a falar um nome de um superior.
Não há autoridades!!! Não há que haver essa personalização da pessoa com o título.
Não há autoridades!!! Como não há que haver anarquia.
Pois o líquido carmesim veio para corrigir essa distorção das relações humanas, assim como veio destronar os poderes que dominavam essas relações.
Com um líquido o divino desbaratou poderes dos quais desconhecemos seu total  alcance e influência. Essas hostes de potestades de tronos e dominações foram surpreendidas de forma absolutamente impensável. Estavam armados com as armas as mais poderosas e tiveram que lidar com um líquido carmesim?!?!
Pois, com esse líquido o divino corrigiu o comando vital imposto sobre a raça humana e que lhe tirava a capacidade de viver além dos seus dias nessa terra.
O líquido fala alto: não! A vida não acaba aqui!  

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