O que a traição de Judas nos mostra?
Veja: Jesus era uma pessoa conhecida, popular, com muitos
seguidores. Não havia naquelas terras quem não tivesse ouvido falar de Jesus,
ou quem não o tivesse visto.
Oras! Por que, então, alguém tinha que apontá-lo para ser
preso?
O fato fala por si.
O Nazareno não tinha em si, isto é, na sua compleição
física, no seu vestuário, no seu gestual, nada que o identificasse e destacasse
dos demais, nem dos seus seguidores. Ele era absolutamente igual aos demais.
Isso é extremamente grandioso.
O maioral, a maior personalidade que pisou essa terra era
absolutamente igual aos demais.
O maioral não se comportou como alguém estranho ao ambiente.
Como alguém que, não sendo do meio, quer ensinar os que estão lá. Como alguém
que, sentindo-se superior, quer dirigir os seus subordinados. Como alguém que
está no topo da pirâmide hierárquica e que estica a mão para tentar salvar
alguns. Assim agem os líderes, as ‘autoridades’ que são facilmente
identificáveis com suas afetações irritantes.
O Nazareno não. Ele era alguém do meio. As pessoas não lhe
eram estranhas, e, de outra parte, ele não era um estranho às pessoas, daí que
teve que ser apontado pelo traidor.
Há muito aqui. Muito que pode ser refletido. Pense você mesmo
na grandeza desse comportamento do Nazareno, uma vez que ele deixou a divindade
para ser mais um entre nós, sendo, contudo e não obstante, o maior e o único.
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