Na
boa, estou com medo.
Eu que
achava que tinha medo de bem pouca coisa, estou me descobrindo um medroso.
Estou
com medo.
Medo
da humanidade.
Medo
de mim.
Medo
da sociedade brasileira.
Medo
de quem defende o Lulla, e de quem o ataca.
Medo
de quem se acha santo e escolhido.
Medo
de quem não tem escrúpulos.
Estou
com medo.
Medo
das pessoas bonitas, e das feias.
Medo
das pessoas ricas, e das pobres.
Medo
das pessoas alegres, e das tristes.
Medo
das pessoas inteligentes, e das não inteligentes.
Medo
das pessoas certas, e das erradas.
Estou
com medo.
Medo
das pessoas cheias de si, e das pessoas vazias.
Medo
dos músicos, dos artistas, dos esportistas.
Medo
dos políticos, dos capitalistas, dos socialistas, dos comunistas, dos
democratas.
Medo
dos jornalistas, dos articulistas, dos comentaristas, dos especialistas.
Estou
com medo.
Medo
do que essa geração deixará para a próxima.
Medo
da revolta da natureza.
Medo
do consumismo.
Estou
com medo.
Medo
das certezas, e das incertezas.
Medo
das perguntas e das respostas.
Estou
com medo.
Estou
com medo de mim.
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