sábado, 2 de junho de 2018

Do amor - uma releitura de Co 13


Ainda que eu falasse o inglês, o grego, o sânscrito ou o mandarim seria como a guitarra de heavy metal, ou como o bumbo da Sapucaí...
Ainda que fosse proeficiente na fala, que conhecesse o que causou o big bang há 14 bilhões de anos, ainda que fosse um poliana sobejamente positivista a ponto de considerar todos os problemas removíveis e solucionáveis...   
Ainda que fosse um socialista comunista xiita pretensamente defensor do vulnerável social, ou o mais bem sucedido e próspero capitalista, ou desnudasse minha alma, meus pensamentos, minha vergonha aos olhos do meio nessa irreverência que domina as relações em nome de uma pretensa transparência vazia...
Nada disso faria qualquer sentido se existisse por e para si mesmo.
Quem ama vai junto não importa a situação, faz e não quer recompensa nem reconhecimento; quem ama se regozija com o crescimento do outro; não permite a falsidade, a representação hipócrita, a máscara que esconde a real condição de cada um; jamais trata o outro como inferior, agindo com a sublime equidade que a todos trata não como iguais, que ninguém é igual a ninguém, mas trata cada qual com o devido respeito que merece na sua condição de ser.  
Quem ama não é inconveniente, achando que tem resposta pra tudo, não quer impor-se achando-se superior e insubstituível; não perde a linha por questões menores, parte do princípio de que todo mundo quer jogar o jogo como ele deve ser jogado; não julga ninguém apontando o dedo de forma leviana imprecando juízos vazios.
Quem ama aponta que todos os sistemas de organização humana são flagrante e irremediavelmente falhos pois dispensam a condução do Divino. Aponta caminhos, aponta soluções, aponta conciliações, promove reconciliações, propõe que se troque a mentira como mola propulsora da sociedade.
Quem ama não se abala ao sabor das vicissitudes da vida, tendo por certo que um dia a coisa muda, não importando pelo que tenha que passar. Dobra-se para não romper, e quando necessário carrega o soldado ferido nos ombros, jamais abandonando-o no campo da batalha, tendo na proatividade a baliza do seu comportamento.
Se assim é, sempre acerta, porque, considerando todas as variáveis, nunca quer se impor nem levar vantagem em nome de uma esperteza torpe, vil e canalha.
A verborragia daqueles que falam muito cairá no vazio, a desunião, de que os diversos idiomas são expressão, acabará; um dia todas as perguntas serão respondidas.
Há um vazio no coração do homem, e tudo o que foi, é e será falado não o preencherá.
Um dia o homem encontrará a sua plenitude, quando o imortal envolver o mortal, o eterno envolver o temporal,
A adolescência mental que domina as relações humanas levando as pessoas a se apropriarem do que não é seu, usando, abusando e lambuzando-se do poder, essa excrescente instituição humana, cujas distorções são a pedofilia, o adultério, o machismo, o sexismo, a discriminação, a corrupção, a chefia coronelesca, a violência contra o outro/a seja porque motivo for, pois essa adolescência acabará.
A maturidade é o destino da humanidade.    
Tudo, absolutamente tudo, ainda é uma ínfima e subatômica centelha da realidade.
Um dia o homem não precisará mais crer, não precisará mais esperar, só lhe restará amar, pois que será impossível não amar o Amor.

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