Numa cidadezinha desse rico rincão brasileiro
havia 3 casas.
Uma bem simples que ficava na parte baixa do
monte onde as casas foram construídas. Seus moradores eram felizes, pessoas
simples que nem querem muito da vida, a não ser verem os seus filhos crescerem
em harmonia com as pessoas e com a natureza.
Uma outra casa era uma casa comum, habitada por
gente comum.
A terceira casa era casa chic, de empresário do
ramo da confecção de roupas. O negócio prosperava, embora as pessoas não fossem
muito felizes, mas o negócio ia bem, até que o proprietário resolveu ampliar as
instalações que funcionavam nos fundos de sua rica mansão e que ficava na parte
de cima do monte.
Ele precisou fazer um grande muro de arrimo
para suportar as novas instalações. Esse muro fazia divisa exatamente com o
quintal da casa relatada acima, aquela bem simples.
Com o andar dos acontecimentos e com o enorme
movimento do negócio do rico empresário os retalhos das roupas foram se
acumulando e ele decidiu ir acumulando esses retalhos na extremidade do muro de
arrimo que havia construído. Como a estrutura do muro era muito boa, o empresário
não relutou em ir acumulando os retalhos sobre esse muro de arrimo e assim foi
acontecendo, até que se acumulou uma enorme quantidade de retalhos ali.
Num determinado período ocorreu de caírem
muitas chuvas, mas muitas chuvas mesmo, de forma que aqueles retalhos foram
ficando encharcados e, obviamente, mais pesados. Mas era muito retalho, afinal
o negócio do empresário ia muito bem, obrigado.
A coisa foi ficando tensa até que o muro não aguentou
tamanho peso e cedeu e toda aquela montoeira de retalhos precipitou-se
exatamente sobre aquela casinha simples dos alegres moradores de baixo levando
muita lama junto e causando prejuízos irreparáveis a eles. Eles tinham uma
hortinha de onde tiravam alimentos, criavam galinhas, patos, até um porquinho
tinha ali. Eles tinham um carro desses bem velhinhos, algumas bicicletas. Tudo,
tudinho foi para o beleléu. A própria casa ficou inviável para morar, as
paredes ficaram rachadas, o teto veio abaixo, tudo se perdeu com tamanha
avalanche de retalhos e lama e sujeira.
Bem... o pessoal que morava naquela casa comum
e que não foi afetada em nada com tamanha tragédia ficou olhando e esperando
que o empresário procurasse aquela gente simples e resolvesse a pendenga, a
querela.
Qual nada!!! O empresário não fez nada. Arrumou
o muro e continuou com seu negócio.
O pessoal da casa comum, ficou indignada com a
situação e os moradores da casa de baixo estão até hoje a ver navios.
O urubu? O urubu ficava só olhando.
Qualquer semelhança com uma história real não é
mera coincidência.
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