quinta-feira, 19 de julho de 2018

Três carros e um urubu

Essa é a história de três carros.
Um, daqueles bem velhinhos, cada pneu de um tipo e careca, cheio de arame e fita adesiva, pintura queimada, licença vencida, bancos rasgados, motor “fumando” já batendo biela, um dos faróis queimados, um pisca pendurado pelo fio.
Um outro, um carro comum, moderninho, tudo certinho, motorzinho esperto, econômico, enfim, um carro maneiro.
O terceiro, aí sim. Pensa num negócio chic!!! Tecnologia de avião, estaciona sozinho, cheio de sensores pra tudo que você pensar, até para o sono. Motorzão potente V8 biturbo, blindagem nível... sei lá, direção elétrica, faróis que competem com a luz solar, painel ultra/mega moderno, reconhecimento de voz e íris, só dar uma piscadinha que ele já obedece, cada conjunto de pneu e roda vale bem mais que o  carrinho velinho lá de cima.
Bem... qual  a pendenga, qual a querela?
No cruzamento da cidadezinha onde eles moravam, o piloto do carrinho velhinho parou no sinal vermelho, o do carro chic, que estava ao telefone, não viu e passou por cima do carrinho velinho, deixando-o quase que como uma folha de papel. Acabou! Foi reduzido a um monte de ferro velho. Foi feio o negócio.
Todo mundo meio assustado, o pessoal do carro comum ficou olhando para ver o que o cara do carro chic iria fazer.
Humm!!! Nem desceu do carro. Abaixou um pouquinho o vidro e disse para o motorista do carro velhinho: “vai procurar os seus direitos”. Subiu o vidro e foi embora.
O urubu? O urubu ficava só olhando.

Qualquer semelhança com uma história real não é mera coincidência.         

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