segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Três barcos e um urubu

Essa é a história de três barcos.
Um, era desses iates ultra mega blaster super modernos. Heliponto, internet de altíssima velocidade, todo revestido em ouro, 4 andares. Um palácio sobre águas.
O outro era dessas lanchas moderninhas, velozes e que servem para dar um “role” em fins de semana.
O outro. Bem, o outro era um barquinho de pescador, desses bem precários, sem nenhum aparato moderno, com uma rede já cansada de tanto trabalhar.
No meio do feriado prolongado, o iate saiu de rota, certamente o capitão estava na internet, e avançou praia a dentro abalroando o barquinho do pescador, destruindo-o por completo. O marajá de dentro de sua suíte começa a soltar impropérios para o pescador: “Por que você existe? Por que você não morre? Gente mais indigna e idiota. Suma daqui”.
Os jovens que estavam na lancha ficaram olhando, espantados com tamanha tragédia.
O pescador, sem falar nada, nadou até o que sobrara do barquinho e foi tentando juntar as madeiras para ver se conseguiria reconstruir a sua nave.
O urubu? O urubu ficava só olhando.

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.  

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