Quando me “converti” (seja lá o que isso signifique) lá
pelos idos dos 70, eu frequentava uma comunidade de jovens maravilhosa na qual
nos cumprimentávamos com o indicador apontando para o céu e pronunciando a
frase “Deus te ama”. Coisa linda, genuína, singela, verdadeira e marcante, e
denunciante pois todos sabiam que pertencíamos àquela comunidade.
Depois, quando “passei” pra crente o cumprimento era a “paz
do Senhor”, com algumas variações.
Hoje em dia muito raramente pronuncio essa frase, nada
contra a frase, só não sou usuário de clichês vazios.
Pois bem, estávamos eu e a Rosana passando uns dias em Águas
de Lindóia e na volta de nossa caminhada diária quando nos aproximávamos do
hotel topamos com uma pessoa na direção contrária, dessas pessoas marcadas
pelos apuros de um trabalho sob o sol escaldante, pois não é que essa figura
tascou um “a paz do Senhor” para nós!
Nós nunca o víramos e certamente nunca mais o veremos, mas
aquilo nos tocou pois ele deu “a paz do Senhor” para pessoas desconhecidas. Ele
se arriscou, se atreveu a nos dar “a paz do Senhor” sem saber qual seria nossa
reação, sem saber se éramos “crentes” e se retribuiríamos sua saudação.
Nos tocou pois nos pareceu ser exatamente o que o Filho da
irmã Maria ensinou a fazer, isto é, oferecer a paz a todos,
indiscriminadamente, não somente para os que professem a mesma fé.
Nos tocou a ousadia e coragem daquele moço.
Nos tocou a proximidade com o que consta no Testamento
Sagrado.
Enfim, vivendo e aprendendo.
Então... “a paz do Senhor”, seja você “crente” ou não, seja
lá o que isso signifique.
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