Poderia a criatura ser seu próprio criador?
Poderia ela entrar dentro de si e gerar-se a partir de
seu próprio princípio vital?
Poderia ela extrair uma parte de si e multiplicar-se?
Poderia aquilo que é gerado, ser sua própria origem?
Pois houve sim uma inversão.
O artefato era o próprio artífice. O quadro o próprio
pintor.
O sinfonia era o próprio maestro. A peça o próprio
ator.
A escultura era o próprio artista. A máquina o próprio
inventor.
Olhando para um, vê-se ambos, que ambos são apenas um.
Ainda está na dúvida sobre quem veio primeiro: o ovo
ou galinha? Questão resolvida.
As eras, os cosmos, os tempos, as distâncias, os
movimentos, as forças, as matérias, as energias, a física, a química, o espaço,
os quarks down e up, as estrelas, os pensamentos, a razão, a emoção. Tudo se
concentrou ali, naquele ser.
Ele é a própria validação do big bang, pois não é que tudo estava de fato concentrado em um ponto?
A plenitude de todas as coisas estava ali. Não em
outro lugar.
Vida da vida. Luz da luz.
Oficiante e sacrifício. Porta e caminho.
Leão e cordeiro. Ovelha e cavaleiro.
Fim e começo. Do ódio o avesso.
De tessitura implacável, ao mesmo tempo que maleável.
Essência da mesma Essência. Imarcessível. Imutável.
Tem um nome. Cinco letras. Acho que ele está falando
com você.
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