sábado, 9 de novembro de 2013

Não é minha pátria a pátria que me pariu


Um clamor

Sou brasileiro. 51 anos, dos quais 31 casado, e bem casado, e pai de 4 belas crias.
Do Vale do Paraíba, certamente o mais belo vale do Brasil posto que posicionado entre duas belíssimas serras: Mantiqueira, das corredeiras cristalinas, e do Mar, travesseiro do Atlântico.
De São Paulo. Um (próspero) país dentro de um país. Acho que isso fala tudo.
Na verdade, sou de outro lugar, outro mundo. Talvez o mundo da lua, por conta da cabecinha meio doentia que tenho.

O clamor

Junto-me a milhões de outros por um choque.
Não o choque dos Black Blocs. Não o choque da Tropa de Choque. Não o choque da estupefação diante da sistêmica corrupção que assola esse país, vitimizando-o. Não o choque da mãe que vê seu filho entregue às drogas e não à educação. Não o choque da fome e da seca, quem em outro país com a mesma configuração geográfica de recursos naturais de há muito deixaria de existir. Não o choque cultural expresso pelas músicas brasileiras e estrangeiras e seus ídolos. Não o choque de ter uma Copa do Mundo com os hospitais brasileiros em estado de pós-guerra. Não o choque da violência, alimentada pela própria elite.
Queremos um choque de gestão, de eficiência, de transparência. Que começa pelo mundo do funcionalismo público e passa pelos poderes executivo, legislativo e judiciário, mas que deve atingir também o poder privado, acadêmico e “religioso” (seja lá o que isso signifique).   
Os militares não conseguiram. A Arena e o MDB não conseguiram. O PSDB não conseguiu. O PT não conseguiu, esse, muitíssimo pelo contrário.
Precisamos provocar esse choque. Provocação que não se restringe ao voto, como quer a elite democrata/capitalista. Isso é falacioso no sentido de que ela mantêm o quadro como está, o que lhe é favorável.
Agora mesmo será colocado à venda no Rio de Janeiro um apartamento por 61 milhões de reais com direito a 16 vagas na garagem. Isso é um escárnio.

Um patriota apátrida

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