segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Cristo


Poderia ser mais um título. Poderia ser um adjetivo qualificando um nome próprio. Poderia ser uma transliteração de uma designação do grego (ungido). Poderia ser uma expressão de desespero misturada com a incerteza do que está por vir (“Oh meu cristo”). Poderia ser um exemplo daquele que foi escolhido para sofrer em nome de um determinado grupo (“pegaram ele pra cristo”). Etimologicamente poderia ser a raiz da palavra que designa uma religião (cristianismo). Poderia ser um argumento em uma exposição teológica. Poderia ser um elemento textual na retórica rebuscada de um pregador. Poderia ser tido como um guru. Ou como uma entidade. Ou como um amuleto. Ou como um “santinho” em uma corrente dourada frequentando motéis chics ou bordéis imundos. Poderia ser tido como alguém digno de dó e pena, condenado que está a ficar preso definitivamente a um crucifixo. Poderia ser um elemento religioso a quem se faz orações, seja nos círculos mais “bacanas” e assépticos, seja no meio mais sacana e doentio. Poderia ser mais um no panteão dos ídolos.
O Cristo.
O que será o Cristo?

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