Não sei quem
possui quem, seu eu a ela ou ela a mim.
O que sei é
que somos cúmplices, até o limite extremo.
O vento...
ambos sentimos, de cara, na cara.
Se ela toma
chuva, eu tomo.
Se ela sente
calor ou frio, eu sinto.
A terra e o
barro grudam igualmente em nós.
Os perigos,
estamos ambos na berlinda.
Parada, eu a
sustento.
Em movimento,
ela me carrega, com o sol, a lua e as nuvens como companheiras sob o olhar
atento e cuidadoso do Divino.
Se gasto
dinheiro com ela? Sim, contudo, menos do que gastaria com um terapeuta.
Tenho a
nítida sensação de que a moto é um ser vivo, pois qualquer pancada me dói na
alma.
E a liberdade?
Que outro
veículo tem como combustível não o derivado o petróleo, mas o vento?
Que outro
veículo te leva lá no ponto exato aonde você quer ou precisa ir?
Que outro
veículo te faz parar na frente do comércio pra comprar o que você precisa?
Que outro
veículo te liberta do congestionamento?
Que outro
veículo te instiga tanto a injetar adrenalina nas veias? E haja adrenalina,
especialmente na chuva com carros, caminhões e ônibus do seu lado.
A gente não
é sabão, mas é cada escapada que a gente dá!!!
Que outro
veículo te expõe tanto? Sim, em cima dela você é o que você é, não adianta nem
encenar.
Que outro
veículo te faz arrancar um aceno de uma criança com cara de espanto misturada com
admiração?
Que outro
veículo transforma ilustres desconhecidos em amigos do peito?
Que outro
veículo te transforma em parte da natureza?
Eu e a moto.
Compre uma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário