A parábola do
Bom Samaritano é a parábola da minha vida. Poderia falar horas a fio sobre cada
detalhe ali, mas vou resumir dizendo que a parábola é a história da humanidade
e o Bom Samaritano o próprio Jesus. Do encerramento, falarei abaixo.
Ok. Estamos aqui
a falar de bíblia, bíblia remete à igreja, igreja remete aos seus
representantes.
É assustador,
causa espécie, o silêncio ensurdecedor dessa classe. Já estive lá. Não nego nem
renego, e o quanto pude, em tempos outros e na insignificância da minha
representatividade, tentei puxar os pares para uma ação mais consistente. Infrutífera,
inócua e estéril tentativa.
Eu sei que o
que impera, a filosofia reinante, é a de que as coisas referentes à política, à
sociedade, ao povo, ao corpo, devem ser resolvidos pela classe política. À classe
religiosa cabe envolver-se com as coisas relativas à alma e ao espírito. Tipo
os sacerdotes e levitas da parábola. Se a classe dirigente vai por aí, é de se imaginar
por onde irá a classe dirigida.
Tudo válido,
muito válido.
Fato é que o
Brasil é um moribundo.
Da igreja,
dá pra fazer mais, muito mais. Há gente boa, muito boa lá. Gente com a família
ajustada, gente do bem e honesta, gente inteligente e capaz, profissionais
gabaritados, enfim, dá pra fazer mais.
Contudo... essa
isenção reinante no meio é deveras revoltante, porque remete à atitude do
sacerdote e do levita.
A fenomenal conclusão
da parábola é que eu devo ir além da pergunta “quem é meu próximo?”. Eu devo falar
e me apresentar como um próximo. “Você está mal, doente, fraco, debilitado, machucado,
depauperado, ferido, sem rumo, sem destino, saiba ‘eu sou o seu próximo’ e vou
tirar você dessa situação”, que foi o comportamento do Bom Samaritano.
A considerar
somente a porção da vertente protestante/evangélica são aí mais de 40 milhões
de pessoas. O que esse povo mobilizado não faria pela nação para enfrentar a corrompida
classe dominante?
Essa mobilização
não significa abandonar a liturgia, as práticas, os cultos. Não mesmo. Isso tudo
é imprescindível para qualquer nação.
Mas, dá pra
fazer mais, o Brasil é um moribundo.