terça-feira, 13 de março de 2018

Reminiscências de uma escravidão


Tenho pra mim que um dos capítulos mais tétricos, abjetos e repugnantes da história humana seja a escravidão, o domínio de uma pessoa sobre outras pessoas.

A escravidão consiste, em uma definição livre, da impossibilidade de tecer os próprios caminhos, de estabelecer a própria trajetória.
Fato é que a escravidão está na origem da nossa formação como povo.
Há sempre um amo a comandar os passos.
Não se é livre para ir aonde se quer ir, para fazer o que se quer fazer, para não fazer o que não se quer fazer, para amar a quem se quer amar, para se distanciar daquele ou daquilo que se quer distanciar.
Eu, um andarilho, certamente tenho algum nível de escravidão por isso ou aquilo. Dou de pronto.
Contudo, eu, um andarilho, tenho visto como as pessoas se escravizam, ou se deixam escravizar por coisas!!!
Pessoas há que se escravizam por emoções e sentimentos, ainda que esses lhes façam mal.
Pessoas há que se escravizam por tecnologia, pelo smartphone, pelas redes sociais, pelos “likes”.
Pessoas há que se escravizam pelo cigarro, pela bebida estonteante.
Pessoas há que se escravizam pelo sexo indevido, no casamento ou fora dele.
Pessoas há que se escravizam pela intriga, pela discórdia, pela desconfiança.
Pessoas há que se escravizam pelo dinheiro, pela ostentação.
Pessoas há que se escravizam pelo passado, ou pelo futuro, ou ainda, pela culpa de atos ou fatos já devidamente tratados.
Pessoas há que se escravizam por hábitos nefastos.
Há até aquelas que se escravizam pela religião, ou pelos seus representantes.
Há, por fim, aquelas que se escravizam por pessoas, por grandes figuras, via de regra, pessoas muito carismáticas que se postam como superioras.
Triste. Muito triste.  

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