terça-feira, 8 de junho de 2010

Um crucifixo

Um crucifixo
Uma cruz fixa
Uma crua realidade
De dor, paixão e conquista
De quem era a nudez exposta ali?
De quem eram as feridas que sangravam ali?
De quem era a condenação executada ali?
De quem era a solidão mostrada ali?
De quem era a vergonha sentida ali?
De quem era a fraqueza demonstrada ali?
De quem era a infâmia, a ignomínia, a mácula, a tirania?
De quem era o opróbrio, a execração, o anátema, a maldição?
Do Nazareno? Não! Dele é que não!
E as dores? Lancinantes. O que falar das dores?
As moscas rondando-lhe as narinas
O suor e o sangue a penetrar-lhe os olhos
Os pulmões ofegantes e oprimidos pelo peso do corpo que os pés já não sustentavam
Uma opção: deixar-se pendurar pelos pulsos
Ao sentir rasgarem-se, apoia-se nos pés, para imediatamente mudar de ideia
Terá sido em vão?
Isso sim lhe dói na alma e no coração
Sabe quem estava ali? A humanidade. Toda ela, inteira
Não por representação, é pura concreção
Ele conseguiu! Ali estavam todos: os de antes e os de depois
Terá sido em vão? Não. Acho que não!
Olhe pra você!
Não, não foi em vão

Nenhum comentário:

Postar um comentário