sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um representante!?

Quem autorizou, a quem quer que seja, colocar-se como representante de Deus?
Não, Deus não tem representante, ou então Jesus estava errado.
Chame-o como quiser: guru, xamã, pajé, monge, mestre, guia, líder, conselheiro, rabino, sacerdote, reverendo, padre, papa, patriarca, profeta, pastor, bispo, apóstolo, pai espiritual, e o que mais lhe ocorrer.
Não, Deus não se faz representar por quem quer que seja.
Quando a religião privilegia datas, lugares e, sobretudo, pessoas especiais o objetivo claro, ou subliminar, é colocar essas instituições “entre” Deus e as pessoas, anulando, ou tentando anular, a obra da cruz.
Bem por isso João dizia: “Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida”. Isso está escrito na sua bíblia. Procure que você acha.
Lembre-se que os que andaram com Deus (Enoque, Noé e Abrão) não seguiam data, não procuravam lugares e nem se submetiam a pessoas especiais.
Não se engane: quando você se sente envergonhado por causa do escândalo que alguns trazem, ou pretendem trazer, ao evangelho, é porque você ainda não entendeu que Deus não tem representante.
Pode-se (ou deve-se) até recriminar o que essas pessoas fazem, o que deve ocorrer pelo mal inerente e presente nelas, não porque sejam representantes de Deus. Essas pessoas representam a si mesmas.
A relação de Deus com as pessoas é direta, pessoal. Menos que isso é tentativa de anular a obra da cruz de Cristo, cuja obra remete, inexoravelmente, à maravilhosa convivência na comunidade dos filhos de Deus. Comunidade de iguais em que Deus é Pai e nós os filhos. Uns mais velhos, outros mais novos, outros recém nascidos, mas todos, filhos.
É possível imaginar que, na convivência cotidiana de um lar, um filho precise marcar hora, via assessor, para falar com seu pai?
Alguém se contentaria em procurar o médico que seria capaz de curar sua chaga mortal e ser atendido por um enfermeiro?
Pois bem, o véu (que é Jesus) do templo (que é Jesus) foi rasgado. Lá está o sacerdote (que é Jesus) que ofereceu o sacrifício (que é Jesus) a lhe esperar.
Vá a ele, que indo a ele você vai ao Pai, direto, sem passar por ninguém.
É entrar em um e chegar ao outro.
É falar com um e ser ouvido pelo outro.
É olhar para um e enxergar o outro.
Simples assim. Sem datas, sem lugares, sem pessoas especiais.

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