segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Cristo


Poderia ser mais um título. Poderia ser um adjetivo qualificando um nome próprio. Poderia ser uma transliteração de uma designação do grego (ungido). Poderia ser uma expressão de desespero misturada com a incerteza do que está por vir (“Oh meu cristo”). Poderia ser um exemplo daquele que foi escolhido para sofrer em nome de um determinado grupo (“pegaram ele pra cristo”). Etimologicamente poderia ser a raiz da palavra que designa uma religião (cristianismo). Poderia ser um argumento em uma exposição teológica. Poderia ser um elemento textual na retórica rebuscada de um pregador. Poderia ser tido como um guru. Ou como uma entidade. Ou como um amuleto. Ou como um “santinho” em uma corrente dourada frequentando motéis chics ou bordéis imundos. Poderia ser tido como alguém digno de dó e pena, condenado que está a ficar preso definitivamente a um crucifixo. Poderia ser um elemento religioso a quem se faz orações, seja nos círculos mais “bacanas” e assépticos, seja no meio mais sacana e doentio. Poderia ser mais um no panteão dos ídolos.
O Cristo.
O que será o Cristo?

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Nonsense


Não sei se entendi ainda.
Veja: 
- Pelo que me consta a Petrobras é uma empresa majoritariamente pública, portanto, do povo brasileiro (?).
- Pelo que me consta o petróleo de Libra é do povo brasileiro.
- Pelo que me consta o PT é um governo do povo, pelo menos assim vários amigos meus tentaram me convencer. Bem verdade que hoje muitos deles não fazem mais isso.
Oras! Se a Petrobras é do povo e o petróleo de Libra é do povo, por que a Petrobras teve que participar do
leilão? Metaforicamente falando seria como se eu vendesse o meu carro para mim mesmo (!).
E agora estão surgindo notícias de que a gasolina terá que sofrer reajuste para a Petrobras levantar recursos para pagar por aquilo, que em tese, já seria dela.  
O PT é capaz de proezas impensáveis, vide mensalão e a “manipulação” do STF.

Um patriota apátrida

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sandália Empoeirada


Eis que se avizinha um novo fenômeno mundial e que marcará a história como quando em 1500 ocorreu o movimento protestante que dividiu a cristandade.
Isso se deve à enorme diferença entre os cristãos, quando eles não caberão mais somente sob os guarda-chuvas do catolicismo e protestantismo.
A rigor um pentecostal, ou neopentecostal, não se considera um protestante. Protestante é um termo mais designativo das denominações históricas e fundamentalistas.
Mesmo entre pentecostais e neopentecostais há diferenças marcantes.
Por outro lado já há caso de “evangélico não praticante” (?). Tem uma moça que fará um ensaio fotográfico nua e se diz evangélica. Dizem que o Carlinhos Cachoeira se tornou evangélico.
Um fenômeno importante é o que se está chamando de “desigrejados” que é de longe o grupo que mais cresce entre os que se chamam cristãos à taxa de quase 1.000% nos últimos 10 anos. Desigrejados são aquelas pessoas que creem em Deus, leem a bíblia e procuram segui-la como regra de fé, creem na família mas se decepcionaram com a instituição eclesiástica, seja de que cor for, e querem viver a vida sem grandes compromissos.
Marca desse tempo é a descentralização da pessoa de Jesus, e do seu discurso (expresso nos quatro evangelhos) do centro da história. Indicativo desse processo são os discursos modernos em que Ele não é mais protagonista, mas um figurante ao lado dos outros personagens bíblicos, até mesmo perdendo em importância para alguns deles, como é o caso do apóstolo Paulo, cujos discursos normativos (institucionalização da igreja) pretendem-se mais interessantes que o discurso do Sandália Empoeirada, o que o próprio (Paulo) jamais quis.
Fato é que o personagem Jesus, e seu discurso, não cabe mais na cristandade com seu apego às coisas desse mundo, não dá mais para conciliar as duas pontas, posto que antagônicas. Aliás, nunca deu, não seria agora.
No fundo no fundo acho que essa descristificação da “igreja” esteja dentro do cronograma de Deus. Considerando a cristandade hoje como uma entidade à parte e independente do Nazareno o quadro escatológico vai se formando.
Fomos avisados que muitos esfriariam. Estão enriquecendo... mas estão esfriando! 

sábado, 19 de outubro de 2013

Thinking out of the little box II


Devo reconhecer que não é tarefa fácil “pensar fora da caixinha”, muitas vezes expressa pela ortodoxia tradicional.
O exercício mental proposto no texto original vai no sentido de ´tirar o olhos do homem (humanidade) e fixá-los em Deus´.
Reconheço que com a exacerbação do egoísmo (a vida em torno de si mesma) em moda nos nossos dias, isso não é tarefa fácil, resquícios do humanismo, em que o homem está no centro de tudo.
Vis-à-vis o argumento lá (no texto original) está centrado na ação de Deus, não na condição do homem, que, como dito lá, de per si não pode fazer nada para merecer algo de Deus, para que não se prevaleça, mas ainda assim é alvo do amor de Deus (logo... merece o seu amor), porque Deus age assim, e acho que Ele é suficientemente soberano para agir como queira. É como um pai que mesmo tendo filhos que o desagradem e até o abandonem terá nos filhos o objeto do seu amor. Caso clássico da história do filho pródigo que insistia em olhar para si quando o pai insistia em amá-lo.
Por outro lado, eu mesmo sou muuuuito refratário aos modismos adocicados do nosso tempo (coisas do tipo: ´Deus vai realizar todos os seus sonhos´. Tenho visto tanta gente boa ir embora sem ver os seus sonhos realizados!), e, portanto, apegado sim às tradições, especialmente quando biblicamente embasadas.
Assim vamos.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Thinking out of the little box



Já ouvi muitas vezes que nós não merecemos o amor que Deus tem por nós.
Essa é uma premissa da ortodoxia mais tradicional e reacionária que conhecemos, e um tanto marcada por algum tipo de complexo de inferioridade, que não tem nada a ver com a humildade bíblica que ensina que a humildade não é pensar menos ‘de’ si, mas menos ‘em’ si.
Ok! Então vejamos.
A pergunta é básica: se não merecemos, por que então Ele nos ama?
Há alguma força que sobrepuje a Sua vontade e O faça amar-nos, mesmo sem merecermos?
Alguns dirão que a beleza do amor de Deus consiste exatamente nisso, que mesmo sem merecermos ele nos ama.
Sim, isso é belo por si mesmo. Ponto.
O fato é que o que conheço de Deus, e reconheço que é bem pouco, me faz pensar que Ele não daria o seu amor para alguém que Ele achasse que não o merecia, como, por exemplo, é o caso do capeta. O capeta não merece o amor de Deus, logo, Deus não lhe dá o Seu amor.
Com a humanidade penso ser diferente, acho sim que Deus tem a humanidade como merecedora do Seu amor, afinal, é obra de suas mãos.
O contraponto é que esse merecimento em questão não ocorre por méritos próprios, para que ninguém se prevaleça, mas exclusivamente porque Ele quer amar e acha que a humanidade merece sim o seu amor.
Triste daquele que, em considerando não merecer o amor de Deus, coloca-se distante desse amor.