Já ouvi
muitas vezes que nós não merecemos o amor que Deus tem por nós.
Essa é uma
premissa da ortodoxia mais tradicional e reacionária que conhecemos, e um tanto
marcada por algum tipo de complexo de inferioridade, que não tem nada a ver com
a humildade bíblica que ensina que a humildade não é pensar menos ‘de’ si, mas
menos ‘em’ si.
Ok! Então
vejamos.
A pergunta é
básica: se não merecemos, por que então Ele nos ama?
Há alguma
força que sobrepuje a Sua vontade e O faça amar-nos, mesmo sem merecermos?
Alguns dirão
que a beleza do amor de Deus consiste exatamente nisso, que mesmo sem
merecermos ele nos ama.
Sim, isso é
belo por si mesmo. Ponto.
O fato é que
o que conheço de Deus, e reconheço que é bem pouco, me faz pensar que Ele não
daria o seu amor para alguém que Ele achasse que não o merecia, como, por
exemplo, é o caso do capeta. O capeta não merece o amor de Deus, logo, Deus não
lhe dá o Seu amor.
Com a
humanidade penso ser diferente, acho sim que Deus tem a humanidade como
merecedora do Seu amor, afinal, é obra de suas mãos.
O
contraponto é que esse merecimento em questão não ocorre por méritos próprios,
para que ninguém se prevaleça, mas exclusivamente porque Ele quer amar e acha
que a humanidade merece sim o seu amor.
Triste
daquele que, em considerando não merecer o amor de Deus, coloca-se distante
desse amor.
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