sexta-feira, 21 de abril de 2017

Pobre democracia brasileira

Duas percepções desse andarilho patriota apátrida:
1 – O PT e sua estrela maior só não caíram ainda porque os demais partidos com suas estrelas estão todos envolvidos no mesmo ignominioso e infame lamaçal. Como não há referencial, o país está meio perdido sobre como agir, considerando que o Judiciário, por sua vez, também não serve como referencial.
2 – O democracia brasileira não é dirigida pelo voto, ou, como querem os puristas, pelos brasileiros. O país é dirigido por partidos políticos, verdadeiros antros de dissolução e sacanagem, o que leva que a corrupção esteja disseminada em todas as instâncias de direção e poder, desde as secretarias de prefeituras e governos estaduais, aos ministérios federais, com suas empresas.  
A democracia brasileira está agonizando pelo poder dos partidos.
É tempo de repensar essa coisa toda.
Eu, recolhido à insignificância de minha existência, sugiro a extinção irrestrita dos partidos políticos do cenário brasileiro. 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Da indignação

Se você não consegue se indignar, é porque não está prestando atenção.
Adesivo americano

Não sei se alguém explica a personalidade do brasileiro.
Fato é que tem muita gente indignada. Contudo, a pergunta que fica é: aonde levará essa indignação? Até que esquina? Seria até àquela que leva ao conforto do lar? Até que página do manual de indignação estão dispostos, os indignados, seguir?
Outra pergunta: qual o risco de essa avalanche de sujeira que está sendo revelada dar em nada? Grande.
Eu não conheço outros povos. Mesmo assim, tenho pra mim, por puro empirismo, que fatos como os que estão ocorrendo nesse país, se estivessem ocorrendo em outros lugares causariam uma comoção social.
Sabemos todos que Gandhi libertou a Índia do império inglês sem pegar em armas. Tomara os brasileiros se inspirem nele para se libertarem dessa caterva carcomida que domina esse país.
Patriotismo não é uma virtude muito desenvolvida em mim. Sem presunção nenhuma, sinto-me mais um cidadão do mundo, e não descansaria enquanto não visse resolvida a situação, por exemplo, da fome dos africanos.
Por outro lado, não sinto vergonha de ser brasileiro. Sinto vergonha sim de ser da mesma geração de Odebrecht, Lulla, Dilma, Aécio, Temer, Cunha, Renan, Cabral, Palloci, Zé Dirceu, Vaccari, Collor, Duda Mendonça, João Santana, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Fernando Baiano, Youssef, Sérgio Cabral, os juízes do TCE carioca, José Serra, Rodrigo Maia, Lewandovski, os executivos da Odebrecht...
Então...

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Quem...

Quem é esse que transforma o fim em começo?
O cheio em vazio e o vazio em cheio?
Quem é esse que transforma a ferida em cicatriz?
A vida em morte e a morte em vida?
Quem é esse transforma o choro em riso?
A dor em consolo e o consolo em calor?
Quem é esse que transforma o dia mau em passado?
Que muda o presente, o futuro e o destino?
Quem é esse que transforma o coração endurecido?
Transformando-o de embrutecido em um oásis de perdão?
Que transforma a leniência em pró-atividade na direção do outro?
Quem é esse que transforma a solidão em solitude?
O egoísmo em solicitude?
Quem é esse que transforma a pobreza em riqueza?
A feiura em beleza? A pequenez em grandeza? A fraqueza em fortaleza?
Quem é esse que transforma a guerra em paz?
O tormento em sossego, a opressão em descompressão?
Quem é esse que transforma o medo em convicção?
Que põe luz na escuridão?
Quem é esse que liberta dos laços da matéria?
Dos laços do vil metal, e tal e coisa e coisa e tal?
Quem é, quem é? Diga lá!
Quem é esse que transforma o menosprezo em aceitação?
Que aceita as pessoas como elas são, e, em aceitando-as, as transforma?
Quem é esse que transforma os recalques, os traumas, os complexos em meras lembranças?
Que no lugar do desespero, coloca esperança, a âncora da alma?
Que transforma os excessos da autocomiseração e da auto-estima em um conceito adequado de si?
Quem é, quem é? Diga lá!

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Um holocausto brasileiro


Não! Não estamos de tratando de corrupção ativa/passiva, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, financiamento de campanha, propina e...
Estamos tratando de roubo. Mas um roubo que desagua em morte. Nas palavras do procurador do MPF Deltan Dallagnol “quem rouba milhões, mata milhões”.
Um roubo institucionalizado em que os ladrões, via de regra brancos e de terno, roubam sorrindo, sem empunhar armas de fogo.
Um roubo que constitui-se em uma nova modalidade da prática capitalista em que o concorrente não é um oponente mas um aliado, ambos contra o povo, com a supervisão do governo.
É o fim da picada.

Wani. Um pastor?!...

Está fazendo 30 anos que fui formalmente ordenado pastor.
Já tive uma atuação muito efetiva como tal. Hoje não mais. O título em si e toda a exposição que ele traz consigo nunca me atraiu.
O que busquei, e é o que permanece ainda hoje, é procurar ser um referencial de marido, de pai, de amigo, de profissional, de cidadão, enfim... Especialmente para os meus, e para tantos com os quais eu pude conviver nesses anos todos. Todos precisam de referencial. Eu precisei. E em toda a minha jornada eu tenho ouvido que sou um referencial para as pessoas. Atenção: isso não é apologia pessoal, só estou contextualizando.
Ok.
Há no meio pastoral um código meio velado de que pastores não podem/devem se envolver em questões político/sociais. Eles devem manter sua atuação meio que restrita ao ambiente eclesial.
Pois bem, acho que um dos maiores crimes da igreja católica foi o silêncio devastador quanto ao holocausto promovido pelo povo alemão na II Guerra Mundial, no que foi acompanhada pela igreja evangélica, com menor expressão que aquela.
Por aqui, repetiu-se esse silêncio quando da ditadura do século passado.
Bem, eu nunca cumpri à risca o modelo pastoral. Agora mais do nunca.
Se fui, se sou ainda para alguns, se não sou mais, não é o que importa aqui.

De um jeito ou de outro quero deixar bem clara aqui a minha posição: ESSES CANALHAS, EMPRESÁRIOS E POLÍTICOS ENVOLVIDOS NA LAVA JATO, SÃO TODOS UNS BANDIDOS SUJOS, têm que ser presos inapelavelmente e restituir o que roubaram.

domingo, 9 de abril de 2017

Deus. Quem é?

Eu não conheço deus. Na verdade... até conheço sim alguns deuses.
Os deuses que se vê por aí, à profusão, têm diversos tamanhos e humores, são manipuláveis, são corrompíveis. São deuses a quem se pode recorrer por objetivos escusos. Há gente que acha que o fruto advindo da corrupção, por exemplo, seja dádiva de um desses deuses.
Há os deuses antigos, da mitologia grega, que povoa a mente de muitas pessoas e que são relacionados às várias instâncias do viver: beleza, guerra, clima, sorte, azar, poder. Esses povoam também muitas religiões com uma presença marcante ainda que com nomes diferentes.     
Conheço algumas coisas que são transformadas em deus. Ou, dito de outra forma, conheço alguns deuses que são expressos em coisas, ou objetos, como: amuletos, estátuas, moedas, “papel moeda”, carros, belas casas, diplomas, títulos, corpos atléticos...
Conheço pessoas que se transformam ou são transformadas em deus como: artistas, atletas, líderes partidários, governamentais e religiosos.
Mas deus mesmo eu não conheço.
Tenho conhecido, ainda que tateando, intuindo tão somente, um Ser que transcende e excede a qualificação de deus. Ele até pode ser qualificado como um deus. O livro dos livros até dá alguma abertura para essa qualificação, mas, não! Ele não pode ser qualificado na mesma categoria dos citados acima, como se fosse mais um. Aliás, ele não cabe em categoria alguma, muito menos como se fosse mais um dentre o panteão dos deuses criado pelo homem.
Há um escritor que encontrou um altar dedicado ao deus desconhecido e disse ser esse o deus que iria anunciar.
Tenho-O conhecido e chamado de Pai, a exemplo do Nazareno.
Nisso descansa a minh’alma. Nisso encontro o sentido da vida.
Acho que é assim.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Wani - um ateu em construção

Estou saindo do armário.
Sim. Descreio.
Desse deus que instiga a buscar bens materiais. Descreio.
Desse deus supostamente presente em alguns prédios feitos por mãos humanas em que algumas figuras afetadas e doentias e ávidas por exposição sejam seus representantes. Descreio.
Desse deus a quem se pode cobrar, reivindicar e contra quem se pode ficar “bravo”. Descreio.
Desse deus com quem se pode barganhar baseado em algumas práticas ritualísticas. Descreio.
Desse deus cuja adoração consiste de alguns momentos de êxtase musical. Descreio.
Desse deus que seria servido por algumas pessoas especiais constituídas em classes, ou castas, seletas com privilégios exclusivos. Descreio.
Por que um ateu em construção?
Porque, na infância da fé, é admissível buscar (D)eus através das coisas citadas acima. Por um tempo, variável de pessoa a pessoa, essas coisas servem de argumento para trazerem as pessoas a (D)eus. Dois, três ou quatro anos. Um pouco mais, um pouco menos. Aqui não há juízo de valor quanto a caminhar por esses caminhos.
Fato é que a gente cresce, né? Como uma criança que avança para a adolescência, para a juventude, para a maturidade, para a velhice. A gente cresce!!! E crescendo aquelas coisas mais primárias e elementares e que tiveram valor por um tempo vão sendo descartadas e substituídas por outras, eternas e permanentes. 
Aquilo que era importante, deixa de ser. Aquilo em que se cria, já não se crê mais. Se aquelas coisas serviram para atrair as pessoas para perto de (D)eus. Ótimo. Mas, isso tem prazo. Há coisas muito mais relevantes a serem vividas.
Em que creio?
Creio no Pai de Jesus Cristo, revelado por ele nos evangelhos e que deu o Espírito Santo para fazer lembrar tudo o que o Senhor ensinou.
Pai que apresentou-se como Jeová aos antigos dada a sua incapacidade de entender a Sua personalidade.

Desse Pai só descrê quem não o conhece.