terça-feira, 31 de outubro de 2017

Um Zé, recolhido à insignificância da própria existência

Não sigo nenhuma linha, nenhuma bandeira me define, não sou tão grande pra isso.
Nenhuma doutrina me dirige, nenhum personagem me atrai, não sou tão inteligente pra isso.
Nenhuma organização me representa, não represento nenhuma organização, não sou tão importante pra isso.
Nenhum sistema me domina, nenhum conjunto de regras me controla, não sou tão relevante assim.
O que faço ou deixo de fazer é em consideração aos mais fracos, tão fracos quanto eu, ou menos... ou mais...
Eu me represento a mim mesmo, ninguém fala em meu nome, não tenho representantes, não sou tão poderoso assim.
O que falo ou deixo de falar é porque sei, ou não sei, e sei bem menos do que sei, isto é, quase nada, só o suficiente para saber o indispensável sobre o Indispensável.
Tenho amores, por incrível que possa parecer, amo dois homens (?), tenho mulheres, uma que já se foi, duas que saíram de mim, e uma que é duas, ou até mais, três, quatro, mas uma só.
Enfim, um andarilho, o Ornitorrinco Madiba, totalmente decepcionado com esse mundo que de mim não merece nada, senão que, o melhor de mim, para tentar resgatar aqueles que se deixaram enredar, se é que posso... acho que não, que isso é coisa pra gente importante e sabida. 

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