sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Instituição x institucionalização

A instituição, por si, não é de todo má. Desde que entendida e usada como uma ferramenta, um aparelho, não mais que isso, ela até pode colaborar com o Reino de Deus, pouco, mas pode.
Por instituição entendo o prédio da igreja com seus aparatos, a diretoria eleita, a agenda, as atas, os controles, as aquisições, as tradições, as regras e normas de conduta extra-bíblicas, e etc.
Parece-me que o problema começa quando ocorre a institucionalização, isto é, quando a instituição sobe ao coração das pessoas, fazendo-as achar que há algum valor intrínseco na instituição, ou que esta é de alguma forma uma expressão da igreja.
Esse processo se dá muito em virtude da atuação daqueles que são chamados de “líder” no meio de um determinado grupo, sim, porque esse “líder” extrai a força de sua influência exatamente da força da instituição, o que o leva, então, a fazer que o peso da instituição cresça incessantemente, fazendo-a competir, como se possível fosse, com o Espírito.
Ocorre que tanto o termo quanto o conceito do “líder” são estranhos à bíblia.
O termo, com suas variantes (liderança, liderados, etc.), não ocorre sequer uma única vez na bíblia.
O conceito, por sua vez, foi aberta e francamente atacado por Jesus que propôs outro tipo condução e influência baseado exatamente não no ser servido, mas no servir, não no comandar, mas no andar com o outro, não no crescer, mas no desaparecer, não no controlar, mas no apontar caminhos, não no ser tido como alguém especial.
“Líder” é a abelha rainha na colmeia que tem as operárias e os zangões a seu serviço. “Líder” é o macho alfa sobre os demais machos e fêmeas do seu grupo. “Líder” é o executivo da grande empresa, inacessível ao reles operário. “Líder” é o que está no topo do organograma fazendo-se pesar sobre os que estão abaixo. “Líder” é o maioral da hierarquia. “Líder” é o sacerdote religioso (não confundir com o sacerdócio de Jesus, que é segundo a ordem de Melquisedeque) que se coloca como intermediário entre Deus e as pessoas.
Enfim, é preciso ter muita sabedoria para discernir a utilidade da instituição da força letal da institucionalização, que, como já foi dito, quer competir com o Espírito e que tem levado a “igreja” a esse estado calamitoso verificado em nossos dias, fruto da falta de relacionamento pessoal e direto com Deus e do desconhecimento do evangelho de Jesus.

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