sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Salmo 137 - Uma releitura

- Hoje já não se anda mais às margens do rio
Não, ninguém quer estar à margem
Que estar à margem é ser marginal
O anseio é por estar no centro
Ver e ser visto, ser bem quisto, ser moderno, ser aceito
- Já não há mais salgueiro
Há muito é açucareiro
“Doce é a vida, aproveitemo-la”
- A lembrança de Sião já não causa dor
As harpas já não são penduradas
Não, ao contrário, quer-se mesmo é entreter, agradar
Os pedidos são atendidos, todos
O que importa é a felicidade imediata
Os opressores estão aí e “a gente não tá nem aí”
Insistem: sejam alegres, felizes
Por que renúncia? Por que fidelidade?
Por que prantear? Por que questionar?
Então tá!
- Terra estranha? Não, terra desfrutada
Desde as entranhas, ainda que não autorizadas
- Esqueça o passado, isso é coisa de museu
O que importa é o presente, o prazer iminente
Pegue-o com as duas mãos, e não se esqueça de seu ventre
Tampouco do seu paladar
No fim, no fim é o que restará
- Se já não há mais os filhos de Edom contra quem lutar
Há, muito presente, o hedonismo
O prazer máximo com esforço mínimo
- Nãããão! Não destruam Babilônia
Ela tem jeito, com jeitinho tudo se ajeita
Ela tem tanta coisa boa, por que você a rejeita?
- Dispense-se os serviços da Pedra que a tudo esmaga
Que a tudo reduz a pó
Por que essa violência toda?
“Somos da paz”


Salmo 137
1 Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião.
2 Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas,
3 pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião.
4 Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?
5 Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita.
6 Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria.
7 Contra os filhos de Edom, lembra-te, SENHOR, do dia de Jerusalém, pois diziam: Arrasai, arrasai-a, até aos fundamentos.
8 Filha da Babilônia, que hás de ser destruída, feliz aquele que te der o pago do mal que nos fizeste.
9 Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra.

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