segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cristianismo em xeque - II

Há pontos incongruentes, para não dizer irreconciliáveis, entre o conceito e prática de Jesus Cristo - tido por muitos como o fundador do cristianismo (de difícil comprovação histórica) - e entre a prática verificada no cristianismo.
- A maior dessas incongruências é a restrição da prática dos ensinamentos de Jesus a um horário e local determinados e sob a supervisão de um terceiro na relação que deveria ser bilateral, isto é, entre Deus e a pessoa.
Em decorrência disso os cristãos assumem que são cristãos quando se dirigem num horário específico (muitos deles reservam 2 horas por semana, outros tantos por quinzena ou por mês) a um lugar específico (muitos deles lugares suntuosos em que se imobilizam valores preciosos que deveriam ser gastos de outra forma) tudo isso feito sob a batuta de uma pessoa que seria representante de Deus e que teria a responsabilidade de falar por Ele. O capital ($) imobilizado em imóveis (a redundância serve à ênfase) nos quais o cristianismo acontece ultrapassa as centenas de bilhões de dólares. Tempos atrás notificou-se que com 90 bilhões de dólares a fome seria extirpada da face da terra. Pense por si, mas não me parece que o Espírito Santo queira que o dinheiro levantado em nome de Deus esteja imobilizado.
Fora desses horários e lugares e longe da supervisão do representante de Deus, os cristãos não se sentem impelidos a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e não têm um relacionamento pessoal com Ele, relacionamento que se restringe, então, a brevíssimas orações antes de comer e de dormir, talvez.
Conta a história que o cristianismo foi apresentado ao não cristão Mahatma Gandhi, o grande pacifista e libertador da Índia, ao que ele teria pronunciado a frase: “Eu seria cristão, sem dúvida, se os cristãos o fossem vinte e quatro horas por dia”.

- Outras incongruências: culto à personalidade e culto ao material. Poucas distorções afrontam mais os ensinamentos de Jesus Cristo do que a vaidade e o enriquecimento. Por paradoxal que possa parecer, o cristianismo está fundado exatamente sobre esses dois pilares ou paradigmas.
Quanto ao culto ao material, bem diferente falava um moço nascido em Assis/Itália no século XI, para muitos a segunda maior figura do cristianismo: “Se encontrarmos moedas em algum lugar, não prestemos mais atenção a elas do que ao pó que pisamos com os pés, pois “vaidade das vaidades, e tudo é vaidade”. Se, por acaso e Deus não o permita, acontecer de algum irmão coletar ou carregar moeda ou dinheiro, a não ser pela supramencionada necessidade dos enfermos, que todos os irmãos passem a considerá-lo um irmão enganador, um apóstata, um ladrão, um assaltante e como aquele que levava a bolsa de dinheiro, a não ser que sinceramente se arrependa”.

2 comentários:

  1. 1) Gandhi era mais cristao que todos os cristaos que vc conhece, nao era?

    2) A maioria (quase 100%) dos cristaos hj soh pensa em dinheiro, nao eh verdade? Veja os EUA! E aqui eh soh ligar a TV para ter um programa atras do outro com gente querendo dinheiro e gente pedindo dinheiro. Varias vezes. Soh falam nisso.

    3) Os cristaos acham que sao especiais e unicos? Tambem judeus pensam isso. E também muculmanos pensam isso. E jogam bombas, e matam e roubam. Sao todos assassinos.

    4) Cada um tem a religiao que merece! E quem for livre nao tera nenhuma!

    http://www.youtube.com/watch?v=iFkh7sDgAcM&feature=related

    Russel

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  2. É isso aí Russel.
    Ainda bem que Jesus veio apresentar alguma coisa diferente disso que estamos vendo.
    Tenho andado (ou estou tentando andar) com ele há 34 anos e posso dizer seguramente que muito ( e põe muito nisso) do que se faz em nome dele ele não autorizaria.
    Forte abraço.

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