quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Cristianismo em xeque - III

Quando os cristãos restringem a vivência de suas crenças a determinados horários e lugares e sob a supervisão de uma pessoa, eles estão direta e objetivamente restringindo a abrangência da mensagem da qual se consideram portadores.
Reduzir o que seria universal a um determinado grupo, enfraquece a mensagem que divulgam. Seria como dizer que a democracia (por perniciosa que seja) só serve para países capitalistas, isto é, ela seria exclusiva (ou seja, que exclui, óbvio).
O Deus da bíblia não é o Deus dos cristãos, tão somente, como o presidente de uma nação democrática não é presidente somente dos filiados do partido que o elegeu.
A tentativa de reduzir a mensagem de Jesus a uma religião dentre as várias existentes é, de novo, uma tentativa de enfraquecimento dessa mensagem.
Seria um contrassenso absurdo formular os ensinamentos e prática de Jesus num código de normas, regras, crenças, símbolos, usos e costumes e depois compará-los com outros códigos (religiões) para se verificar em que eles são melhores ou piores entre si. Mais que contrassenso, seria sua mortificação.
Esse processo de codificação tem despersonalizado drasticamente aqueles que seriam os seguidores da mensagem de Jesus, comumente chamados de igreja.
Essa despersonalização é facilmente verificada quando os cristãos fazem de tudo para alcançar aqueles que não são cristãos. Eles incorporam seus costumes, suas práticas, seu comportamento, suas datas festivas para “aproximarem-se” dos nãos cristãos com a intenção de os alcançarem, dando-lhes mais do mesmo que já vivem, quando, parece, eles (os não cristãos) gostariam de ver alguma coisa diferente do que já vivem para então interessarem-se por aquilo a que estão sendo apresentados.
Essa despersonalização é também verificada quando a “igreja” fica sem saber o que fazer diante do mundo pós-moderno, especialmente com o advento da internet. A nossa geração está observando uma das maiores mudanças de conceitos, comportamentos, cultura e forma de se relacionar de todos os tempos.
A igreja, representante maior do cristianismo, por estar despersonalizada, não tem sabido como se comportar diante de tão drástica mudança.
Na Europa, por exemplo, um dos berços do cristianismo, o declínio dessa religião é chocante e irreversível, obviamente não só em decorrência da internet.
Na América, onde já foi pujante, está em rota de colisão com a descrença, primeira condição para seu esfacelamento.
No Brasil ainda encontra algum fôlego, pois da vertente católica é o maior país, da vertente evangélica um país com um contexto em formação com pouco mais de 100 anos de história.
A despeito de tudo, Deus - o Pai, o Filho - nosso Senhor e Salvador e o Espírito Santo de amor estão presentes e atuando em nosso meio, que não há força capaz de resistir-lhes.

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